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Primeiros veículos da caravana do Rally dos Sertões chegam a Umuarama

Hora de levantar poeira pelo Brasil. Neste sábado (27) a caravana do Sertões BRB 30 anos partiu para a primeira […]

Primeiros veículos da caravana do Rally dos Sertões chegam a Umuarama
Redação - OBemdito
Publicado em 27 de agosto de 2022 às 14h07 - Modificado em 27 de agosto de 2022 às 14h17
Gastro Umuarama

Hora de levantar poeira pelo Brasil. Neste sábado (27) a caravana do Sertões BRB 30 anos partiu para a primeira de 14 etapas do maior rally do mundo, que começa a desafiar os competidores com o percurso que liga Foz do Iguaçu a Umuarama, ainda no Paraná. Os primeiros veículos começaram a chegar no Lago Aratimbó após as 13h30.

As equipes ficarão na Vila Sertões, localizada no Parque de Exposições Dario Pimenta da Nóbrega. A saída será no domingo, rumo a Presidente Prudente/SP.

O trecho entre Foz e Umuarama é de 366 quilômetros, 173 cronometrados atravessando fazendas de soja, com predominância de cascalho, alguns trechos de pedras e muitas lombadas. Com 7.202km pela frente até Salinópolis (PA), onde chega dia 10/9, ainda não é hora de arriscar tudo. Por outro lado, com o equilíbrio esperado para a disputa, é fundamental iniciar bem.

Equilíbrio, aliás, que ficou evidente nas disputas do prólogo e do Super Prime. Que serviram ‘apenas’ para definir a ordem de largada da especial de abertura, mas já levantaram poeira e deram uma prévia do que vem pela frente. Tanto um quanto o outro foram disputados em marcos de Foz – o primeiro no Parque Nacional do Iguaçu, junto ao estacionamento do acesso às Cataratas; o segundo no Marco das Três Fronteiras.

Os oito melhores de cada modalidade no prólogo avançaram à disputa do Prime, em confrontos eliminatórios numa pista de 1.200m com traçados paralelos. Um circuito desenhado para garantir espetáculo e prender a atenção do público, como, aliás, foi o caso. Os vencedores ganharam o direito de escolher sua posição de partida – ser o primeiro a largar para o trecho cronometrado na maioria das vezes é uma desvantagem.

Nas motos, a final colocou lado a lado o atual campeão Adrian Metge (Yamaha) e o estreante Gabriel Soares, o Tomate (Honda). Com formação no motocross e experiência no Enduro FIM, o mineiro Tomate levou a melhor e ainda mostrou seu talento nos saltos e manobras.

O estreante Gabriel Soares desbancou o atual campeão Adrien Metge (Foto: Magnus Torquato/Fotop/Sertões)

Nos UTVs, problemas mecânicos impediram o avanço de destaques como os atuais bicampeões Deninho Casarini/Ivo Mayer (Cam-Am Factory) à decisão do Super Prime. Bruno Varela/Gustavo Borotolanza (Varela Racing) até chegaram ao duelo decisivo, mas nem chegaram a largar. Melhor para André Hort/Gustavo Bortolanza (MH Racing).

Já entre os carros, Lucas Moraes/Kaíque Bentivoglio (MEM Motorsport) fizeram bom uso de uma das máquinas mais modernas e desenvolvidas do grid: a Toyota Hilux Overdrive T1+. Em um confronto de campeões, os de 2019 bateram Marcos Baumgart/Kleber Cincea (X Rally), melhores em 2020.

Roteiro

O roteiro definido para uma edição histórica, que faz do Sertões BRB 2022 o maior rally do mundo, é uma ode aos diversos Brasis. Uma proposta que surgiu através da ideia de ligar, com a devida licença poética, o Chuí ao Oiapoque. Que se concretizou nas 14 etapas atravessando oito estados e os cinco biomas do país: pela ordem, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga e Floresta Amazônica.

Variedade que se reflete não só nas paisagens, mas também nas características das especiais cronometradas (tipos de piso, altimetria, trechos mais travados ou abertos, navegação mais ou menos exigente). Especiais que, aliás, ganharam seus nomes das estrofes do Hino Nacional, uma forma de destacar e celebrar o Bicentenário da Independência, também uma inspiração para o Sertões BRB 30 Anos.

Com tantos superlativos, pilotos e navegadores já sabem: a velocidade é o que conta, mas poupar o equipamento e encarar a prova como uma competição de resistência serão fundamentais, não só para ir ao alto do pódio, como também conseguir chegar às areias paraenses.

Lucas Moraes e Kaique Bentivoglio venceram dupla da X-Rally (Foto: Duda Bairros//Fotop/Sertões)

Etapa 1 – Florão da América – 27/8 – Sábado

Foz do Iguaçu (PR) – Umuarama (PR)

DI – 20 km

TE – 173 km

DF – 173 km

TOTAL: 366 km

* DI = Deslocamento inicial. TE = Trecho Especial. DF = Deslocamento Final.

Do alto de uma das 7 Maravilhas da Natureza e Patrimônio da Humanidade: as cataratas do Rio Iguaçu, é possível ver outros dois países irmãos do Brasil: Argentina e Paraguai. Daí a inspiração para o nome da etapa: Florão da América! Um título que “abre os trabalhos” do maior rally do mundo trazendo o Brasil como parte fundamental e protagonista da América do Sul. Algo que muitas vezes nos esquecemos, devido à nossa barreira de língua com os “hermanos”.

Tecnicamente, a etapa segue pela região agrícola do Paraná, com destaque para os campos de soja, e pode ser descrita como uma etapa “técnica e traiçoeira” sendo predominantemente com piso de cascalho com alguns trechos de pedra lembrando as etapas do WRC. Ah! Se pudéssemos dar uma dica para os competidores seria: cuidem das costas! Essa etapa é recheada de “lombas”, lombadas tamanho cataratas do Iguaçu para sacudir os pilotos e navegadores.

Chacoalhadas à parte, a estrela da etapa são mesmo as cataratas. Começando pela origem do nome Iguaçu, que significa, em Tupi, “Água Grande”. Também pudera, as 275 cachoeiras que caem há quase 82 metros de altura tornam as quedas do Iguaçu a terceira maior do mundo em volume de água. Destaque para a “Garganta Del Diablo”, a maior delas com 700 metros de comprimento!

Mas, por traz dessa imensidão que cabe até a garganta do coisa ruim, fica escondida uma dramática história de amor. Conta a lenda dos povos originários da região que as cataratas foram formadas pela ira de um Deus, que se viu traído por seu grande amor: Naipi. Ao descobrir que a amada fugiu com o mortal Tarobá em uma canoa, o todo-poderoso “cortou” o rio Iguaçu, condenando os pombinhos a uma queda eterna. Imagem de milhões: Cataratas do Iguaçu.

Adrien Metge ficou em segundo no Super Prime (Marcelo Machado de Melo/Fotop/Sertões)

Etapa 2 – Braço Forte – 28/8 – Domingo

Umuarama (PR) – Presidente Prudente (SP)

DI – 20

TE – 303

DF – 213

TOTAL: 536

A história do nome “Umuarama” é um tanto inusitada. Apesar de ser uma palavra com elementos da língua Tupi, ela é um neologismo criado por um branco para dar nome a uma colônia de férias que ficava na região. Na tradução, ela significa: “lugar ensolarado para encontro de amigos”. Idílico! Mas o exato oposto do que será essa etapa que leva o nome de Braço Forte por ser uma das etapas mais difíceis de navegação da história do Sertões! Tem que dirigir com firmeza, se não…

Seguindo pelo cenário agrícola do Paraná, agora com mais destaque para os canaviais, a prova segue “na amizade” até o KM 200, onde há um ponto de abastecimento. A partir daí, a prova se transforma em um verdadeiro labirinto digno de Minotauro e a navegação vai pegar fogo. Pilotos que não escutarem atentamente o navega, vão ter uma crise na amizade entre piloto e navegador logo na segunda etapa.

É nela também que o Sertões rompe a sua primeira fronteira entre regiões, indo da região Sul para a Região Sudeste ao chegar ao Estado de São Paulo, em Presidente Prudente. E já que estamos falando em nomes, a cidade leva o nome do ex-presidente brasileiro Prudente de Moraes, sendo o primeiro civil a assumir o cargo. Mesmo assim, ficou marcado por uma campanha militar: ele foi presidente durante a Guerra de Canudos, mas isso é história para outros Sertões.

André Hort e Idali Bossi foram beneficiados por erro da equipe Varela Can-Am (Foto: Duda Bairros//Fotop/Sertões)

(Reportagem OBemdito e Assessoria Rally dos Sertões)

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