Alex Nascimento Publisher do OBemdito

Novo salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia, estima Dieese

Foto: Vagner Delaporte/OBemdito
Novo salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia, estima Dieese
Alex Nascimento - OBemdito
Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 16h39 - Modificado em 26 de dezembro de 2025 às 16h48

O novo salário mínimo deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia brasileira. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese. O valor do piso nacional sobe para R$ 1.621. A previsão é que o novo mínimo entre em vigor em 1º de janeiro. No entanto, os pagamentos começam em fevereiro.

Segundo o Dieese, o cálculo considera efeitos sobre renda, consumo e arrecadação. Além disso, o estudo avalia o impacto mesmo em um cenário de maior restrição fiscal. De acordo com a entidade, cerca de 61,9 milhões de brasileiros terão rendimentos diretamente influenciados pelo reajuste. Assim, o impacto alcança diferentes categorias profissionais.

Desse total, 29,3 milhões são aposentados e pensionistas do INSS. Além disso, 17,7 milhões são empregados com carteira assinada. O levantamento também aponta 10,7 milhões de trabalhadores autônomos afetados. Em seguida, aparecem 3,9 milhões de empregados domésticos.

Ainda segundo o Dieese, o reajuste influencia diretamente 383 mil empregadores. Dessa forma, o alcance do novo piso se estende por toda a economia. O novo valor representa um reajuste nominal de 6,79% em relação ao salário mínimo atual. O índice segue as regras da política permanente de valorização.

Reflexos nas contas públicas

Porém, o aumento também traz reflexos para as contas públicas. Conforme o Dieese, benefícios e despesas atrelados ao piso nacional sofrem impacto direto. A estimativa aponta um aumento de R$ 39,1 bilhões nas despesas da Previdência Social em 2026. Além disso, cada R$ 1 de reajuste gera custo adicional de R$ 380,5 milhões.

O estudo mostra que 46% dos gastos previdenciários são diretamente impactados. Ao mesmo tempo, 70,8% dos beneficiários recebem valores vinculados ao mínimo.

Desafio de equilibrar as contas

Diante desse cenário, o governo enfrenta o desafio de equilibrar renda e controle fiscal. O objetivo é cumprir as metas sem comprometer despesas obrigatórias. O reajuste segue a Lei 14.663, de agosto de 2023. A norma define a correção anual com base na inflação e no crescimento econômico.

Novas regras para 2026

Segundo a regra, o cálculo considera a variação do INPC do ano anterior. Além disso, inclui o crescimento do PIB de dois anos antes. Entretanto, para 2026, o cálculo sofre limitação do novo arcabouço fiscal. A Lei Complementar 200 impõe teto ao crescimento real das despesas.

Assim, a inflação medida pelo INPC, de 4,18%, entra integralmente no cálculo. Já o crescimento do PIB, de 3,4%, fica limitado a 2,5%. A combinação desses fatores resulta em aumento nominal de R$ 103 no salário mínimo. O valor final chega a R$ 1.621.

Fonte: Agência Brasil

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