Censo revela que Umuarama tem desigualdade menor que a média nacional
Cidade se destaca por distribuição de renda mais equilibrada
Os dados do módulo de Trabalho e Rendimento do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que Umuarama apresenta níveis de desigualdade menores que a média nacional e estadual, mas com rendimento médio domiciliar per capita abaixo das médias do Paraná e do Brasil.
O Índice de Gini do município ficou em 0,41, número que indica menor concentração de renda e coloca a cidade em uma faixa de desigualdade moderada a baixa para os padrões brasileiros. Em comparação, o Brasil registrou índice de 0,493 e o Paraná 0,447. Segundo especialistas, o desempenho de Umuarama reflete uma distribuição de renda mais equilibrada e uma realidade econômica mais homogênea em relação a outros municípios do país.
Em termos de rendimento, o Censo aponta que o rendimento médio mensal domiciliar per capita em Umuarama é de R$ 1.297, valor inferior à média estadual (R$ 1.770) e à nacional (R$ 1.853). Essa diferença é atribuída ao menor custo de vida e à estrutura econômica local, baseada principalmente no comércio, serviços e agroindústria.
Cenário estadual
O Paraná se destacou nacionalmente por combinar baixo nível de desigualdade e alta taxa de ocupação. O estado registrou Índice de Gini de 0,482, o segundo menor do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina (0,452). A taxa de ocupação percentual de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando atingiu 60,3%, uma das mais altas do país, superando a média nacional de 53,5%.
Entre os municípios paranaenses com maior nível de ocupação, aparecem Porto Rico (71,1%), Entre Rios do Oeste (69,7%), Quatro Pontes (68,7%), Toledo (67,7%) e Palotina (67%). Na outra ponta, Flórida (31,8%) e Rancho Alegre D’Oeste (35,3%) registraram os menores índices.
Diferenças entre sexos, raças e faixas etárias
O levantamento também mostra que os homens continuam tendo maior nível de ocupação (69,7%) que as mulheres (51,5%). Em relação à cor ou raça, a população branca representa 63,3% dos trabalhadores ocupados no Paraná, enquanto os pardos somam 30,1%. O grupo com maior nível de ocupação foi o dos homens pretos (72,7%), e o menor índice foi o das mulheres indígenas (33,9%).
Por faixa etária, o grupo de 35 a 39 anos apresentou o maior nível de ocupação (80,5%), seguido pelos de 40 a 44 anos (80,1%) e 30 a 34 anos (79,8%). Os adolescentes (14 a 17 anos) e os idosos (65 anos ou mais) foram os grupos com menor participação no mercado de trabalho, com 15,7% e 18,9%, respectivamente.
Escolaridade e rendimento
As mulheres paranaenses têm, em média, nível de escolaridade mais alto que os homens: 30,2% delas têm ensino superior completo, contra 18,9% dos homens. No entanto, a desigualdade salarial permanece. O rendimento médio dos homens no Paraná foi de R$ 3.532,37, 24,5% superior ao das mulheres, que ganharam R$ 2.668,43.
Entre os setores mais bem remunerados estão as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, com rendimento médio de R$ 5.546, seguidas por atividades profissionais, científicas e técnicas (R$ 5.215) e administração pública (R$ 4.993). Já as menores médias salariais foram registradas entre trabalhadores domésticos (R$ 1.222) e profissionais de alojamento e alimentação (R$ 2.301).
Paraná entre os cinco estados mais ricos
Considerando todas as fontes de renda (trabalho, aposentadorias, pensões e programas sociais), o Paraná ocupa o 5º lugar no ranking nacional, com rendimento domiciliar per capita médio de R$ 1.965,12. O valor é superior à média de estados como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e bem acima das regiões Norte e Nordeste.
Um retrato de Umuarama
Com baixo índice de desigualdade e renda moderada, Umuarama segue o padrão do interior paranaense: uma cidade com economia estável, baixo custo de vida e mercado de trabalho fortemente apoiado no setor de serviços. Apesar de a renda média ser inferior à estadual, os números indicam equilíbrio social e bons índices de qualidade de vida, especialmente quando comparados ao cenário nacional.





