Jaqueline Mocellin Publisher do OBemdito

Complexo Social da Polícia Penal promove reintegração em Umuarama e na região

O objetivo é o fortalecer vínculos familiares, regularizar documentos pessoais, educação, profissionalização e retorno ao mercado de trabalho

Fotos: PPPR
Complexo Social da Polícia Penal promove reintegração em Umuarama e na região
Jaqueline Mocellin - OBemdito
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 20h56 - Modificado em 10 de setembro de 2025 às 23h40

O Complexo Social da Polícia Penal do Paraná (PPPR) em Umuarama se consolidou como referência no apoio a pessoas monitoradas e em cumprimento de penas alternativas. A unidade reúne o Escritório Social e a Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap). Além disso, congrega o Núcleo de Atendimento a Pessoas Monitoradas (Nupem).

Arnobe Lemes dos Reis é o coordenador regional da Polícia Penal em Umuarama. Ele explica que “através do Complexo Social, podemos oferecer o suporte necessário para que egressos e monitorados tenham maiores possibilidades de reintegração social. O objetivo é o fortalecimento de vínculos familiares, regularização de documentos pessoais, educação, profissionalização e retorno ao mercado de trabalho, refletindo diretamente na redução da reincidência criminal”.

Além disso, atividades como rodas de leitura, oficinas de pintura em tela e grupos reflexivos sobre saúde e cidadania fazem parte da rotina dos atendimentos. Dessa forma, a Polícia Penal oferece novos horizontes para monitorados e egressos.

Em agosto, os três Complexos Sociais sob coordenação da Regional de Umuarama registraram 1.569 atendimentos na área de alternativas penais. No Nupem, as equipes realizaram aproximadamente 6.800 atendimentos à monitorados e familiares.

Integração começa antes

O trabalho também alcança os pré-egressos, ainda dentro das unidades prisionais. Seis meses antes da progressão de regime, equipes iniciam o levantamento de informações. Os profissionais coletam dados sobre documentos, vínculos familiares e perspectivas de vida, preparando o retorno ao convívio social. Só no último período, mais de 1.400 pessoas passaram por esse acompanhamento.

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A assistente social Gisely Medina coordena o Complexo Social na Regional e responde por 16 comarcas. De acordo com Gisely, o trabalho é voltado para a transformação. “Nossa meta inegociável é melhorar essa pessoa. Que ela saia melhor, e não pior. Nosso foco é transformar erros em oportunidades de mudança”.

Ela acrescenta: “A sociedade também ganha quando investimos em ressocialização. Colocamos 100% dos monitorados no mercado de trabalho através das empresas privadas e convênios municipais para todos que nos procuram com desejo de serem inseridos no mercado”, destacou.

Complexo Social Da Polícia Penal Faz Reintegração Em Umuarama (1)

Complexos Sociais no Paraná

Atualmente, os Complexos Sociais da Polícia Penal do Paraná prestam atendimento, ao todo, a mais de 18 mil monitorados. Além disso, atendem 6 mil pessoas em cumprimento de medidas alternativas em diferentes regiões do Estado.

Na Ciap, por exemplo, os atendimentos se organizam em três eixos: prestação de serviços à comunidade, aplicada a crimes mais leves; grupos reflexivos de violência doméstica, que já apresentam índice de 100% de não reincidência; e atividades voltadas à dependência de álcool e drogas, realizadas em dez encontros. Um novo programa sobre violência no trânsito começará em breve.

Já no Nupem, o acompanhamento inclui atendimento individual, reuniões com familiares, oficinas educativas e encaminhamentos para cursos e oportunidades de emprego.

Para o coordenador dos Complexos Sociais da Polícia Penal no Estado, Rodrigo Fávaro, essas iniciativas representam uma política pública essencial.“Mais do que fiscalizar o cumprimento das medidas judiciais impostas, a Ciap e o Nupem desenvolvem ações voltadas à inserção social, fundamentadas nos princípios da responsabilização e da cidadania”.

Fávaro destaca as unidades regionais como exemplo. “Os municípios de Umuarama e Cruzeiro do Oeste destacam-se como exemplos expressivos na implementação de políticas penais inovadoras, alinhadas à redução do superencarceramento e ao enfrentamento da reincidência prisional”, afirma.

As ações acontecem em parceria com universidades, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Conselho da Comunidade, empresas privadas, Sine, Senar, Senac e secretarias municipais. A rede garante acesso a cursos de capacitação, políticas públicas e oportunidades formais de emprego.

(Informações: Assessoria Polícia Penal do Paraná)

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