O IBC construiu um armazém gigante para guardar meio milhão de sacas de café
Era a fase áurea da cafeicultura e Umuarama despontava entre os maiores produtores
Poucos anos depois de ser fundada, Umuarama iniciou retumbante a Era do Ouro Verde e viveu a fase mais rica de sua história. Para se ter uma ideia vale registrar que em 1960 o município tinha 20 milhões de pés de café espalhados em fazendas e sítios da zona rural. Em 1966 atingiu a astronômica cifra de 60 milhões de cafeeiros.
Nesse curto período o café assumiu a liderança como a principal riqueza e elevou Umuarama ao pódio dos maiores produtores do Paraná, figurando com destaque no ranking ao lado de Londrina e Maringá.
Atento a esses índices crescentes de produtividade, o Instituo Brasileiro do Café (IBC) construiu em 1960 um dos maiores armazéns do Estado, com capacidade para estocar meio milhão de sacas. Repetindo: 500.000!
Indiscutivelmente, foi a maior obra de construção civil daquela época e permanece até hoje como símbolo de uma era de prosperidade econômica. Suas instalações tem 14.318 metros quadrados em uma área de 47.140 metros quadrados, situada próxima à Praça Tamoio e não muito distante da saída para Xambrê.
Para se ter uma ideia dessa monumental obra merece registro em alto relevo que a construção do armazém do IBC durou quase um ano, empregando centenas de pedreiros e carpinteiros.
O gigantesco armazém funcionou até 1975, quando aconteceu a terrível Geada Negra, que destruiu completamente todos os cafezais daqui de Umuarama e de todo o Paraná. Foi o fim da grandiosa Era do Ouro Verde, pois depois da tragédia os milhares de cafeeiros foram cortados e queimados para dar lugar a uma nova cultura rural: a pecuária e plantações de outras culturas como feijão, arroz, mandioca, milho… Mas essa nova fase demorou alguns anos. A que mais progrediu, num tempo mais rápido, foi a pecuária que se tornou a mais forte fonte econômica e que até hoje está na liderança como riqueza da zona rural de Umuarama.
E O ARMAZÉM DO IBC QUE FIM LEVOU?
Quanto ao armazém do IBC, ele permanece fechado, vazio e abandonado até a década de 2000. Por volta de 2008, a Prefeitura reivindicou junto à União a doação daquela grande construção que estava inútil há tantos anos. Depois de uma longa espera, a permissão para doar o barracão ao município aconteceu.
Em seguida a Prefeitura lançou um projeto para aquela estrutura reunir empresas que gerassem empregos e renda para a população. Isso aconteceu e durante um longo tempo mais de cinquenta empresas de diversos ramos de atividades comerciais ocuparam o armazém.
Atualmente o armazém voltou a ser solitário, tendo apenas um órgão público lá instalado. (ITALO FÁBIO CASCIOLA, Especial para OBEMDITO)