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Rompimento de barragem nesta terça-feira foi previsto por engenheiro há 20 anos

O profissional havia alertado sobre a necessidade de manutenções por conta de pequenas fissuras

Foto: Reprodução/Campo Grande News
Foto: Reprodução/Campo Grande News
Rompimento de barragem nesta terça-feira foi previsto por engenheiro há 20 anos
Redação - OBemdito
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 14h32 - Modificado em 21 de agosto de 2024 às 14h32
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Há duas décadas, o engenheiro Rubens Silvestrini, professor da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), sinalizou a presença de fissuras na barragem da represa localizada no loteamento de luxo Nasa Park, em Jaraguari. Em 2004, Silvestrini fez um alerta aos órgãos competentes sobre a necessidade de possíveis manutenções futuras, observando pequenas fissuras que, na época, eram vistas como não emergenciais.

Segundo Silvestrini, as fissuras eram características naturais de barragens, compostas por terra e segmentos diversos, e faziam parte do processo de acomodação do solo ao longo do tempo. Apesar do alerta, não foram realizados os devidos reparos, o que acabou contribuindo para o rompimento da barragem na manhã de ontem.

O professor explicou que todas as barragens, independentemente de seu tipo – seja de concreto, aterro ou enrocamento –, necessitam de manutenção periódica para garantir a segurança. No caso da represa do Nasa Park, a utilização de equipamentos pesados e o aumento das atividades recreativas, como a presença de chácaras e lazer intensivo, podem ter exacerbado o problema, criando condições hidrodinâmicas adversas e contribuindo para o colapso.

A administração do Nasa Park emitiu uma nota lamentando o ocorrido e afirmou que está colaborando com as autoridades para identificar as causas do rompimento e propor soluções. O projeto do loteamento foi aprovado conforme as normas vigentes, e a empresa responsável já havia recebido notificações do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) sobre a falta de manutenção em 2019 e 2023.

O Imasul, em parceria com a Defesa Civil, está avaliando os impactos ambientais e determinando as medidas corretivas necessárias. Os próximos passos incluem a remoção da lama acumulada e a reconstrução da barragem, além da recomposição da mata ciliar afetada.

A barragem se rompeu nesta terça-feira (20), interrompendo completamente a BR-163, entre Campo Grande e Jaraguari (MS), e provocando destruição de propriedades e residências no seu entorno.

Com informações Campo Grande News

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