“Sobrou a vida”, diz mulher que teve casa destruída por barragem que rompeu
O rompimento da barragem, ocorrido na manhã de terça-feira, destruiu casas, abriu uma cratera na rodovia e interditou completamente a BR-163
Luzia Ramos do Prado, de 60 anos, aposentada, viu sua casa ser levada pela força das águas após o rompimento de uma barragem no Nasa Park, na manhã desta terça-feira (20). O incidente, ocorrido entre Jaraguari e Campo Grande, devastou residências e interditou trechos da BR-163, no Mato Grosso.
“Perdi tudo, mas sobrou meus filhos, sobrou a vida”, disse Luzia, ainda abalada pelo que descreveu como um “pesadelo”. Ela relata que, minutos antes do desastre, sua filha recebeu um alerta da Defesa Civil para que moradores evacuassem a área imediatamente, diante da impossibilidade de controle da barragem.
De acordo com o Jornal Campo Grande News, que registrou as imagens, o estrago na residência foi total. Além da lama, a casa também foi invadida por galhos e madeiras. Na garagem, um Ford Fiesta também foi atingido pela enxurrada.
A aposentada conta que conseguiu sair de casa a tempo. “Deu tempo de entrar no carro e sair. Foi um estrondo, hoje eu estou vivendo um pesadelo. Os três minutos que Deus fez a gente sair com vida. Foi Deus e eu creio nisso e vou morrer crendo nisso”.
Tiago Andelço, de 35 anos, filho de Luzia, também foi afetado pela tragédia. Ele relata que o pai mantinha uma propriedade rural ao lado da residência, onde criava porcos, a maioria levados pela correnteza. “Esse foi o pior barulho que ouvi na minha vida. Acabamos perdendo tudo. Tentei salvar alguns animais, mas a maioria acabou sendo arrastada pela água”, lamentou.
Segundo Tiago, havia entre 8 e 10 casas na região, e todas as da parte mais baixa foram atingidas. “Isso não foi acidente, foi negligência e todo mundo da região já sabia que isso podia acontecer, só não sabíamos quando”, afirmou.
O rompimento da barragem, ocorrido na manhã de terça-feira, destruiu casas, abriu uma cratera na rodovia e interditou completamente a BR-163. Motoristas foram orientados a retornar para Campo Grande ou desviar pelo anel rodoviário Dr. Ricardo Trad. No sentido norte, o congestionamento chegou a 4 quilômetros, e no sentido sul, a 3 quilômetros.
OBemdito com informações Campo Grande News