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Nova espécie de pterossauro é descoberta em Cruzeiro do Oeste

Esta é a sexta espécie que tem fósseis identificados no sítio paleontológico do município

Imagem: Matheus Gadelha
Imagem: Matheus Gadelha
Nova espécie de pterossauro é descoberta em Cruzeiro do Oeste
Jaqueline Mocelin - OBemdito
Publicado em 18 de junho de 2024 às 18h27 - Modificado em 19 de junho de 2024 às 08h06
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Uma nova espécie de pterossauro foi descoberta em Cruzeiro do Oeste. Esta é a sexta espécie que tem fósseis identificados no sítio paleontológico do município e recebeu o nome de Torukjara bandeirae.

A descoberta científica foi anunciada através de um artigo publicado pela revista internacional Historical Biology na última segunda-feira (10). Intitulado “Uma nota taxonômica sobre o tapejarídeo pterossauro do sítio Cemitério de Pterossauros (Grupo Caiuá, Cretáceo Inferior do Sul do Brasil): evidências da presença de duas espécies”, o artigo explica vários aspectos sobre os fósseis localizados.

A novidade está circulando no mundo da paleontologia e coloca Cruzeiro do Oeste mais uma vez em evidência por sua rica contribuição para a área, se tornando um grande berçário. O município inclusive, tem a maior concentração de pterossauros por metro quadrado do mundo e é o segundo local do Brasil onde foram localizados indivíduos dessa espécie – o outro é a Chapada do Araripe, sítio paleontológico que fica na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.

O artigo publicado por Rodrigo V. Pêgas, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, informa que o “Grupo Caiuá (Cretáceo do Sul do Brasil) é famoso pelo sítio Cemitério de Pterossauros, local que rendeu centenas de espécimes de tapejarídeos, entre outros táxons”.

Assim como o Caiuajara dobruskii (primeiro pterossauro encontrado em Cruzeiro do Oeste), o Torukjara bandeirae possui uma crista pré-maxilar. Pêgas informa que as duas espécies são distintas e coexistiam no mesmo ambiente.

O sítio paleontológico de Cruzeiro do Oeste tem se mostrado demasiado promissor. Além do Caiuajara dobruskii e do Torukjara bandeirae, também foram encontrados no local o pterossauro Keresdrakon vilsoni, o lagarto Gueragama sulamericana e os dinossauros Vespersaurus paranaensis e Berthasaura leopoldinae.

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NOVIDADES EMPOLGANTES

OBemdito conversou na tarde desta terça-feira (18) com Neurides Martins, diretora de Pesquisa de Cruzeiro do Oeste. Ela explicou que o material que originou essa pesquisa foi coletado no sítio paleontológico do município entre os anos de 2012 e 2014, porém, se encontra depositado no Centro de Pesquisa Paleontológica (Cenpaleo), na cidade de Mafra, em Santa Catarina.

Inicialmente os pesquisadores acreditavam se tratar de mais fósseis do já conhecido Caiuajara dobruskii. Porém, através de um trabalho de revisão realizado em 2022, a equipe do Cenpaleo identificou a nova espécie após serem notadas variações perceptíveis no tamanho e na forma do cristas pré-maxilares.

A princípio, o Torukjara bandeirae analisado aparenta ser um indivíduo jovem, ainda em formação e menor que as duas outras espécies de pterossauros localizadas no município paranaense. Neurides comentou que o Caiuajara dobruskii possuía em média, um tamanho aproximado de 2,35 metros de envergadura por 90 centímetros de altura. Já o Keresdrakon vilsoni era de maior porte: cerca de 3 metros de envergadura e 1 metro de altura em sua fase adulta.

De acordo com o artigo de Pêgas, a equipe de pesquisa que esteve em Cruzeiro do Oeste relatou a “fantástica descoberta de um local de acumulação de pterossauros repleto de centenas de espécimes de tapejarídeos, distribuídos por quatro camadas do leito ósseo de uma única localidade do Grupo Caiuá no Estado do Paraná, Sul do Brasil. Embora os restos do esqueleto sejam geralmente incompletos, desarticulados, e muitas vezes confusos, a qualidade da preservação é excelente, com elementos tridimensionais e superfícies ósseas bem preservadas”.

A historiadora Neurides afirmou que a descoberta da sexta espécie demonstra a importância do sítio paleontológico de Cruzeiro do Oeste, que atrai muitos visitantes e pesquisadores do Brasil e de outros países. “Aqui temos potencial para surgirem novas espécies. Esperamos que sejam reveladas em um futuro próximo”, disse.

O espaço disponível para pesquisa de fósseis no município possui uma área delimitada de 450 metros quadrados, sendo que até o momento foram escavados somente 20 metros quadrados.

“Temos que tomar cuidado até com a possibilidade de encontrar ovos entre os demais fósseis. Cada bloco aberto é uma caixinha de surpresas”, ressaltou a Diretora de Pesquisa, se referindo aos blocos extraídos do solo que seguem para análise em busca de vestígios que possam indicar mais indivíduos das espécies já conhecidas ou de novos grupos.

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Parte da equipe que atua nos trabalhos relacionados com os fósseis em Cruzeiro do Oeste e pesquisadores visitantes. Da direita para a esquerda: Vanda Bueno, Alex Sandro dos Santos, Franciele Carvalho, Paulo Manzig, Neurides Martins, Bernardo Peixe e Júlio Marsola – Foto: Arquivo pessoal

Neurides acrescentou que há muito material para coleta no sítio paleontológico de Cruzeiro do Oeste. “E ainda temos que analisar todos os indivíduos que temos na coleção já extraída”. É possível conhecer as pesquisas e fósseis no Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste.

Os trabalhos relacionados com os fósseis na cidade estão vinculados à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia. Neurides destacou o apoio fundamental da prefeita Helena Bertoco, que está investindo em pesquisa, divulgação do sítio paleontológico e, inclusive, está viabilizando junto com outros prefeitos da região a criação do Geoparque Caiuá (confira mais detalhes aqui e aqui).

O Museu de Paleontologia está localizado Rua Peabiru nº 157. O atendimento acontece das 8h30 às 11h30 e das 13h às 16h de segunda a sexta-feira. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (44) 3676-4754 ou do Instagram do Museu (clique aqui).

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Equipe do Museu Paleontológico de Cruzeiro do Oeste e da Prefeitura, com a prefeita Helena Bertoco

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