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Cotidiano

Pesca de Pintado é proibida em todo o Brasil após peixe entrar na lista de espécies em extinção

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Pesca de Pintado é proibida em todo o Brasil após peixe entrar na lista de espécies em extinção
Redação
OBemdito
17 de junho de 2022 15h47

Pela primeira vez, o Pintado, também conhecido como surubim (Pseudoplatystoma corruscans), entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção segundo o Ministério do Meio Ambiente. Devido a isso, o peixe agora está proibido para pesca em todo o território nacional, inclusive em modalidades esportivas como “pesque e solte”.

A nova determinação foi publicada através da Portaria nº. 148, de 7 de Junho de 2022, e terá validade a partir do próximo dia 5 de setembro.

O animal está presente em várias bacias hidrográficas da América do Sul, como a Bacia de São Francisco, do Paraná, Paraguai e também Uruguai. Além do Brasil, a espécie também habita países como a Bolívia, O Paraguai, Uruguai e até a Argentina.

A carne do peixe é muito apreciada na região Noroeste – que inclui Umuarama – onde a pescaria é uma prática que se faz muito presente na cultura da população local devido ao grande número de rios que banham a região.

A decisão por incluir a espécie na lista de animais ameaçados de extinção partiu de um estudo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que utilizou os mesmos critérios da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), órgão que utiliza método aceito internacionalmente.

Especialistas, como Luciana Carvalho Crema, coordenadora do ICMBio, afirmam que a diminuição populacional da espécie advém de barragens sequenciais instaladas nas bacias, pois o animal – que é extremamente migratório – acaba tendo suas rotas bloqueadas pelos barramentos.

“No trecho baixo do rio São Francisco, por exemplo, a jusante da Usina Hidrelétrica do Xingó, o surubim desapareceu. Na bacia do rio Paraná, em trechos do rio Paranapanema, ele também não é mais encontrado na pesca”, afirma Luciana.

“Outro problema que prejudica as populações de surubim é a contaminação genética, que pode ocorrer em virtude da soltura ou escape de híbridos. Um dos híbridos mais comuns é a mistura do surubim com a espécie congênere cachara, Pseudoplatystoma reticulatum, gerando o que se conhece nas pisciculturas como o peixe ‘ponto-e-vírgula’ por conta do padrão de pintas (do surubim pintado) e faixas (que vem da cachara, mais ‘tigrada’)”, conclui.

(Redação, com informações G1)

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