Falece em Curitiba, aos 84 anos, o ex-governador Jaime Lerner
Ele estava internado desde a última sexta-feira (21), no Hospital Evangélico Mackenzie
O ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, morreu nesta quinta-feira (27) aos 84 anos, em Curitiba. Ele estava internado desde a última sexta-feira (21), no Hospital Evangélico Mackenzie, na capital, com problemas nos rins.
A situação, desde o início, era considerada grave, mas estável. Lerner apresentava um quadro infeccioso e ficou sob os cuidados da equipe de nefrologia para se submeter a sessões de hemodiálise.
Ele conviveu nos últimos anos com vários problemas de saúde. Em outubro de 2020, foi internado para a retirada do apêndice.
Em março de 2021, após ter sido imunizado com duas doses da vacina contra o coronavírus, Jaime Lerner contraiu a Covid-19, mas desenvolveu um quadro leve da doença e se recuperou em casa.
Duas vezes prefeito biônico
Arquiteto, Jaime Lerner iniciou a vida pública no início da década de 70, quando filiou-se à Arena, partido criado para dar sustentação política à ditadura militar brasileira instituída no Golpe Militar de 1964.
Em 1971, foi nomeado prefeito biônico de Curitiba. No primeiro mandato, realizou duas obras que ficariam marcadas na história da capital: o calçamento da Rua XV de Novembro e a abertura das caneletas exclusivas para ônibus expressos (BRT).
Foi nomeado prefeito novamente em 1979. Lerner assumiria a Prefeitura de Curitiba para um terceiro mandato em 1989, desta vez eleito pelos curitibanos na célebre “Campanha dos 12 dias”.
Ele estava filiado ao PDT e era muito próximo do ex-governador do Rio e principal liderança do partido, Leonel Brizola. Foi nesse terceiro mandato que Lerner deixou mais marcas na paisagem curitibana.
Criou o Jardim Botânico, a Ópera de Arame e as icônicas estações-tubo do transporte coletivo, que são utilizadas até hoje.
Duas vezes governador do Estado
Nos anos 90, Jaime Lerner foi eleito duas vezes governador do Paraná. O arquiteto assumiu o Palácio Iguaçu em 1994, ainda eleito pelo PDT, e foi reconduzido ao cargo em 1998, período marcado pela transição econômica e industrialização do Estado. Em 1997 ele havia trocado o PDT pelo PFL.
Enquanto governador, tentou privatizar a Copel (Companhia Paranaense de Energia), ideia da qual desistiu apenas no ano de mandato, em 2002. No mesmo ano, então no PFL, teve o nome apontado como possível candidato à presidência.
O desgaste político e a figura de elitista afastou Jaime Lerner das disputa eleitorais. Na Assembleia Legislativa, enfrentou cinco CPIs. Primeiro a conceder rodovias à iniciativa privada, foi condenado pelo STJ em 2011 por dispensa ilegal de licitação.
Jaime Lerner era viúvo de dona Fani Lerner e deixa duas filhas, Andrea e Ilana. A esposa morreu em 2009, aos 63 anos, vítima de um câncer diagnosticado 14 anos antes.
Com informações do Bem Paraná.