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Após 47 anos, Paraná pode ter retorno de ‘geada negra’ nos próximos dias

Última vez do acontecimento foi em 1975, que gerou estragos e mudou a geografia de algumas regiões

Foto: Acervo Jornal O Diário do Norte do Paraná/ Reprodução GMC Online
Foto: Acervo Jornal O Diário do Norte do Paraná/ Reprodução GMC Online
Após 47 anos, Paraná pode ter retorno de ‘geada negra’ nos próximos dias
Redação - OBemdito
Publicado em 16 de maio de 2022 às 15h09 - Modificado em 16 de maio de 2022 às 17h57
Gastro Umuarama

A queda brusca nas temperaturas pegou os paranaenses de surpresa. Na Capital da Amizade, por volta das 7h da manhã desta segunda (16), a sensação térmica girava em torno de 11°C em Umuarama. Porém, apesar do tempo ensolarado previsto para esta semana, meteorologistas apontam para novo problema meteorológico retornando após muitos anos: A geada negra.

Em publicação oficial, o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) fez um alerta para toda a população paranaense. Confira na íntegra:

Na terça-feira (17) uma massa de ar frio avança pela Região Sul. Resfriamento bastante expressivo e forte declínio das temperaturas no Paraná. Há possibilidade para a formação de geada em vários pontos do Estado. Ressalta-se que o vento se mantém mais persistente e, associado ao ar mais gelado, pode provocar a ocorrência de “geada negra” entre o sudoeste e o centro-sul paranaense, fenômeno que é mais prejudicial para a agricultura.

E o que é?

A geada comum, ou “geada branca”, é quando o resfriamento das temperaturas durante o período noturno gera uma película de gelo por sobre a plantação, resultante da combinação de frio e umidade. Diferente desta, a geada negra é uma combinação perigosa entre ar frio, vento moderado e baixas temperaturas.

Na última vez que aconteceu, no ano de 1975, a geada negra causou um estrago devastador nas plantações de café pelo estado. O evento foi batizado com este nome pois gera um congelamento da parte interna do café que acaba sendo queimada pelo gelo e fica com a aparência escura.

De acordo com a meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia, “Quando umidade do ar está baixa e a perda radiativa é intensa, causa um forte resfriamento a ponto de chegar a uma temperatura letal, chegando a congelar a seiva da planta”, explica.

Quem viu lembra

Na madrugada do dia 18 de julho de 1975 o Paraná sentiu os impactos da tão sofrida “geada negra”. Em todos os jornais paranaenses era matéria, inclusive estampando a capa do jornal O Diário do Norte do Paraná. Fotografias eternizaram a destruição causada pela geada que pegou a população de surpresa.

Durante a madrugada, os termômetros marcaram 4ºC em Maringá, 1ºC em Mandaguaçu, 6ºC em Marialva, 2,8ºC em Paranavaí, 2,5ºC em Cianorte, 3ºC em Umuarama e 4ºC em Curitiba. Porém as maiores consequências da geada foram sentidas nas plantações.

O então governador durante o período, Jaime Canet Júnior, avaliou os estragos em plantações pelos territórios paranaenses, e a conclusão foi trágica: o café – o maior produto produzido pelo nosso estado – foi devastado pela geada negra. As fotos eternizaram os prejuízos dos agricultores.

O estrago foi tão grande que o governador teve que se reunir com o presidente do Instituto Brasileiro de Café (IBC), Camilo Calazans, para discutir medidas de amparos para agricultores que foram prejudicados pelo evento meteorológico.

(Redação, com informações Simepar, Catve e GMC Online)

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