Tragédia com ônibus da saúde de Altônia que deixou 21 mortos completa 8 anos nesta quinta
O coletivo foi atingido por um caminhão-tanque que transportava leite. As vítimas morreram carbonizadas
Nesta quinta-feira (31), completaram-se oito anos da tragédia que resultou na morte de 21 pessoas e deixou nove feridos na PR-323. O acidente ocorreu no ano de 2016, quando um caminhão-tanque colidiu com um ônibus da Secretaria de Saúde de Altônia, que transportava pacientes que fariam consultas médicas em Umuarama.
A colisão acabou resultando em um incêndio que carbonizou 19 pessoas, entre elas o motorista do caminhão, que provocou a batida. Outras duas pessoas faleceram em decorrência dos ferimentos, após serem socorridas e levadas ao hospital.
O atual secretário de Saúde de Umuarama, Edson dos Santos Souza, que era o responsável pela pasta da Saúde em Altônia na época do acidente, relembra a tragédia com pesar. “Lembrei hoje cedo do acidente. Não tem como esquecer. É algo que marcou a minha vida”, afirma.
Souza recorda que o dia foi especialmente doloroso, pois havia perdido seu pai dias antes. “Eu tinha ligado para o prefeito no domingo. Na segunda-feira, por volta das 6h40 da manhã, um amigo que estava passando pelo local da tragédia me ligou. Na sexta-feira, antes da viagem, todos os pacientes estavam comigo conversando. Foi muito difícil”, relembra.
Em meio à dor, a prefeitura de Altônia buscou oferecer apoio às famílias das vítimas. Após a liberação dos corpos, 16 delas foram veladas no Ginásio de Esportes da cidade.
“Na época, tentamos dar o máximo de suporte possível às famílias, na questão de sepultamento e custas. Tudo o que pudemos fazer, fizemos. Teve uma pressão muito grande na prefeitura. O motorista do ônibus, inclusive, foi inocentado pela Justiça, não teve culpa alguma”, disse Souza.
Lições da Tragédia
Conforme o secretário, o acidente trouxe lições importantes, especialmente sobre a necessidade de aprimorar o atendimento médico no município, evitando longos deslocamentos.
“De lição, que a gente tira é tentar fazer as viagens o menos possível. Tento resolver o que é possível no município mesmo. A estrada é perigosa, e a gente que a usa observa a imprudência e a imperícia dos motoristas”, conclui.