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Mulheres privadas de liberdade fabricam ecobags e mochilas com fardas sem uso da PMPR

Recentemente, a Polícia Militar e os Bombeiros tiveram mudança no fardamento oficial. O vestuário agora em desuso será transformado em ecobags e mochilas

Foto: PPPR
Foto: PPPR
Mulheres privadas de liberdade fabricam ecobags e mochilas com fardas sem uso da PMPR
Agência Estadual - OBemdito
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 13h38 - Modificado em 13 de setembro de 2024 às 13h38
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Mulheres privadas de liberdade que cumprem pena no Centro de Integração Social (CIS), unidade penal feminina localizada no Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, transformam fardas militares antigas em ecobags e mochilas, que são vendidas e os recursos direcionados a ações assistenciais. Com essa atividade, elas têm remição de pena, com três dias trabalhados para um a menos na prisão, além de oportunidade de qualificação profissional.

O projeto “Transformando Fardas em Sustentabilidade” é uma parceria da Polícia Penal do Paraná (PPPR), a Polícia Militar (PMPR), o Corpo de Bombeiros e a Cruzada Social Cosme e Damião, entidade assistencial ligada à PM.

Recentemente, a Polícia Militar e os Bombeiros tiveram mudança no fardamento oficial, que foi modernizado e se tornou mais operacional. Com isso, uma grande quantidade de fardas, agora antigas, entraram em desuso. Não fosse o projeto, as fardas seriam incineradas. Agora, a previsão é de que se transformem em cerca de 180 ecobags e mochilas.

“Esse projeto vai além da confecção de ecobags”, afirma o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira. “Ele oferece uma chance de resgate e reintegração social para mulheres privadas de liberdade, reduzindo a pena e promovendo a ressocialização. A Secretaria estará sempre à disposição para poder contribuir com esse projeto, com tamanha representatividade, uma vez que pessoas vestiram esses uniformes, e trabalharam com essas fardas”.

A decisão de dar um destino melhor aos tecidos foi o que uniu as forças de segurança na criação deste projeto. As mulheres voluntárias da Cruzada Cosme e Damião fazem a captação das fardas e a descostura das peças, que são encaminhadas para o CIS. Nesta unidade, as mulheres privadas de liberdade fazem o trabalho de costura para a confecção das ecobags e mochilas que, depois de prontas, são novamente direcionadas para a Cruzada, responsável pela venda dos itens.

“Esta ação não apenas transforma materiais que seriam descartados em produtos úteis, mas também promove a reintegração social das apenadas e a sustentabilidade”, diz a diretora-geral da PPPR, Ananda Chalegre. “Projetos como este fortalecem os valores de solidariedade e compromisso social que buscamos promover no nosso sistema prisional, mostrando que a união de forças pode transformar realidades e criar oportunidades”.

A diretora do CIS, Marilu Katia da Costa, lembra que o projeto é também uma ação em prol da sustentabilidade ambiental, com a ressignificação das fardas antigas e que já não podem mais serem utilizadas em serviço. “Além de proporcionar aprendizado e a remição de pena, a iniciativa promove, também, um melhor entendimento sobre papel de todos dentro de uma comunidade. É um trabalho envolvente”, diz.

A Cruzada Social Cosme e Damião, criada em 1959 e reconhecida oficialmente em 1962, tem seu trabalho voluntário voltado à melhoria de vida de policiais e bombeiros miliares. “Atualmente a Cruzada conta com um grupo de aproximadamente 40 mulheres voluntárias, que se reúnem toda semana em nossa sede para participar dos trabalhos de artesanatos. Também contamos com militares estaduais voluntários que doam valores mensais descontados em folha de pagamento”, explica a presidente da Cruzada Cosme e Damião, Maria Cristina Betes.

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