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Ítalo Fábio Casciola Publisher do OBemdito

A alucinante corrida do ‘Ouro Verde’ foi o primeiro ciclo de desenvolvimento

Umuarama e seu comércio foram se agigantando graças ao café!

Imensos cafezais ocuparam a zona rural que antes era toda coberta por uma selva de perobas e araucárias gigantes e habitada pelos índios xetá e por uma fauna selvagem que hoje não existem mais... (Ricardo Isnard)
Imensos cafezais ocuparam a zona rural que antes era toda coberta por uma selva de perobas e araucárias gigantes e habitada pelos índios xetá e por uma fauna selvagem que hoje não existem mais... (Ricardo Isnard)
A alucinante corrida do ‘Ouro Verde’ foi o primeiro ciclo de desenvolvimento
Ítalo Fábio Casciola - OBemdito
Publicado em 2 de junho de 2024 às 17h29 - Modificado em 2 de junho de 2024 às 18h47
Gastro Umuarama

A Mãe Natureza levou uma eternidade para construir aquela bela floresta fechada que existia no passado. Porém, a avassaladora onda da colonização que aqui assolou entre 1953 e 1955 conseguiu devastar tudo o que havia de verde neste lugar. Dessa ação resultou um vasto clarão no meio da mata virgem, destinado à construção de uma futura cidade: UMUARAMA.

Um exército de homens e máquinas chegou derrubando tudo, em nome da execução do mirabolante projeto da colonizadora CMNP para “plantar” mais um núcleo habitacional.

Seguindo à risca todos os detalhes do primeiro traçado urbano, com milhares de metros quadrados onde surgiriam depois os primeiros bairros, chamados de Zona 1, Zona 2, Zona 3…, em pouco tempo as frondosas sombras dos perobais deram lugar a um escaldante espaço de areia (ou arenito caiuá), espalhado por uma geografia acidentada e tortuosa.

Toda essa barulhenta obra chamou a atenção de gente de todos os lugares, atraída por um ímã de interesses e esperanças de transformar o território em um novo Eldorado, que repleto de fortunas e de futuro radiante. Já era prevista essa romaria, tanto é que a colonizadora logo de início foi instalando um ponto de ônibus, marco de chegada para aventureiros e colonos vindos de perto e de longe, numa multiplicidade de sotaques brasileiros e de línguas de imigrantes saídos até de outro lado do planeta.

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As “jardineiras”, os antigos ônibus, que chegavam lotados ‘até o teto’ de gente que vinham para apostar no futuro na nova Fronteira Agrícola que aqui surgia… Viajar naqueles velhos ônibus por milhares de quilômetros para chegar a esta Terra Prometida era uma aventura torturante, inimaginável nos dias dos atuais tempos modernos…

Estava dado o início da corrida ao ouro, ou melhor, uma maratona alucinada e febril do “Ouro Verde” – o café! – que, prometiam os “picaretas” (os corretores que vendiam terras na época), seria colhido em milhares de toneladas pouco tempo depois de plantado.

Na mesma velocidade em que chegavam os forasteiros, foram surgindo casas, residenciais e comerciais, ao redor daquele ponto de parada das “jardineiras” antigas. Ali também desembarcaram os sofridos “paus-de-araras”, depois de andanças por milhares de quilômetros.

Era um vai-e-vem de coletivos e caminhões chegando a todo momento, numa agitação épica antes (e depois) nunca vista, típica do descobrimento de um novo mundo…

Um pandemônio impossível de imaginar nos dias de hoje, pois era uma época em que Umuarama era carente em tudo, não havia absolutamente nada em termos de infraestrutura para acomodar tanta gente que chegava todos os dias.

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Imensos cafezais ocuparam a zona rural que antes era toda coberta por uma selva de perobas e araucárias gigantes e habitada pelos índios xetá e por uma fauna selvagem que hoje não existem mais…

A maioria, logo depois de botar o pé no chão nesta Terra Prometida, saía em disparada e sem rumo, à procura de um lugar para trabalhar nas fazendas que estavam sendo abertas. Muitas famílias improvisavam acampamentos nas saídas para Cruzeiro do Oeste, Xambrê, Serra dos Dourados, à espera de emissários de fazendeiros que passavam contratando trabalhadores a preço de banana, muitos se acomodavam a troco da comida e de um teto em barraco coberto de palmito…

Essas são minúcias que a história oficial não conta e nem os pseudos “historiadores” em pose professoral, que vivem a papagaiar repetindo continuamente apenas a versão de que aqui era a Terra Prometida e preparada para receber as legiões de colonos, não conhecem.

A grande verdade é que o que parecia um sonho, a olho nu se revelava um terrível pesadelo, principalmente para aqueles que chegaram com poucos (ou quase nada) recursos para iniciar uma vida.

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O primeiro ciclo de desenvolvimento de Umuarama foi indiscutivelmente as fartas colheitas de café, que valia ouro – daí que o famoso grão foi batizado de “Ouro Verde”. Com os altos faturamentos o comércio começou a crescer e junto com ele a cidade de Umuarama

Este é apenas um preâmbulo para a série de reportagens que OBEMDITO está publicando por ocasião do transcurso do 69º aniversário de fundação de Umuarama, radiografando passo a passo essa odisseia monumental, com lances inéditos exibindo as entranhas dos fatos que marcaram a primeira década do ciclo de colonização da Capital da Amizade.

Peça por peça, retalho por retalho, unidos um a um, formam um trabalho de fôlego, resgatando com fidelidade e imparcialidade um retrato autêntico do passado. Algo inconfundível e sem similar na imprensa de Umuarama, para ser lido com sensibilidade e guardado com apreço para a posteridade, pois, no fundo, é a História de todos nós! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

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Umuarama chegou a ser um dos maiores produtores de café do Paraná, que era o Estado que liderava a cafeicultura brasileira, chegou inclusive a liderar o ranking como maior exportador do País!
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