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Maioria dos jovens diz não ver futuro no Brasil e 76% falam em mudar de país

Pesquisa Datafolha mostra que, embora 67% dos jovens entre 15 e 29 anos esperem que sua situação pessoal esteja muito […]

Entre os jovens brasileiros, apenas 19% acham que estudar é a única forma de obter mais renda no futuro (FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
Entre os jovens brasileiros, apenas 19% acham que estudar é a única forma de obter mais renda no futuro (FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
Maioria dos jovens diz não ver futuro no Brasil e 76% falam em mudar de país
Redação - OBemdito
Publicado em 16 de outubro de 2022 às 10h47 - Modificado em 16 de outubro de 2022 às 10h47
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Pesquisa Datafolha mostra que, embora 67% dos jovens entre 15 e 29 anos esperem que sua situação pessoal esteja muito melhor daqui a dez anos (e 65% achem o mesmo sobre sua situação financeira), só 25% acreditam que o Brasil terá desempenho semelhante no período.

Nesse contexto, 76% dos jovens dizem ter muita ou alguma vontade de deixar definitivamente o Brasil. Quanto mais jovem, maior é o desejo.

Maioria dos jovens diz não ver futuro no Brasil e 76% desejam mudar de país

Pesquisa Datafolha mostra que, embora 67% dos jovens entre 15 e 29 anos esperem que sua situação pessoal esteja muito melhor daqui a dez anos (e 65% achem o mesmo sobre sua situação financeira), só 25% acreditam que o Brasil terá desempenho semelhante no período.

Nesse contexto, 76% dos jovens dizem ter muita ou alguma vontade de deixar definitivamente o Brasil. Quanto mais jovem, maior é o desejo.

Preocupa também o fato de, espontaneamente na pesquisa, os jovens atribuírem o dobro de importância à estabilidade financeira/ficarem ricos (20% deles) e comprarem um imóvel (16%) em relação a ter boa formação e terminar os estudos (8%).

Segundo o Banco Mundial, cada ano adicional de estudo no Brasil representa até 15% a mais na renda futura, acima dos 8% na média global. A diferença se dá pelo fato de o Brasil ter menos adultos qualificados; os que são acabam valendo mais.

Só 19% acreditam na importância de estudar

Entre os jovens brasileiros, apenas 19% acham que estudar é a única forma de obter mais renda no futuro, enquanto 50% dizem que só podem conquistar o que desejam trabalhando. Como atenuante, 67% concordam que estudar é uma das formas de obter mais renda, mas não a única.

Além da situação socioeconômica dos jovens, o Datafolha levantou uma série de informações sobre essa parcela da população em saúde, comportamento, tecnologia e cultura, além de temas polêmicos, como aborto e drogas.

No levantamento, foram ouvidos mil jovens entre 15 e 29 anos em 12 de algumas das maiores capitais do país. Feita em 20 e 21 de julho deste ano, a pesquisa tem margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Para especialistas, o otimismo dos jovens sobre sua situação pessoal futura não corresponde à realidade atual. Seja no mercado de trabalho ou na educação.

Recessão de 2014 e pandemia

A partir da recessão de 2014/2016, os jovens trabalhadores foram os que mais perderam renda (-26,5% entre 2014 e 2019) e sofreram com o desemprego. A taxa de desocupação daqueles entre 18 e 24 anos era de 19,3% ao fim do segundo trimestre, mais que o dobro da média geral (9,3%).

Na educação, dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) mostram que a taxa de abandono escolar mais que dobrou em 2021, de 2,3% (2020) para 5,6%.

Com a pandemia, o Brasil foi um dos países que por mais tempo manteve as escolas fechadas, o que também refletiu negativamente nos dados do Inep para o desempenho dos alunos nas escolas, tanto públicas quanto privadas.

Segundo o Datafolha, mais da metade (51%) dos jovens está fora da escola, embora a taxa seja menor entre os de 15 a 19 anos (21%). Na faixa de 20 a 24 anos, jovens que, em tese, deveriam estar na faculdade, 57% já não estudam mais.

Para Naercio Menezes Filho, diretor do Centro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância do Insper, é preocupante que os jovens estejam deixando de acessar cursos superiores. Segundo ele, entre aqueles com 22 anos, só 25% têm ingressado em universidades —e apenas 20% acabam se formando.

“No Brasil, o curso superior representa, em termos salariais, uma multiplicação média de três vezes. Os jovens precisam ser informados de que existirão cada vez menos empregos de longo prazo; e que uma carreira em qualquer área, mesmo mudando de empresa, exige cada vez mais educação.”

Segundo Elizabeth Guedes, presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), que reúne 253 faculdades, os últimos dez anos registram queda de até 40% no total de alunos.

Guedes afirma que a estratégia das universidades tem sido modificar, criar e oferecer mais cursos voltados às demandas do mercado de trabalho. “É o mercado que tem colocado a lanterna na direção que temos de seguir”, afirma.

(Folhapress)

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