Rudson de Souza Publisher do OBemdito

Chuva amplia erosão na PR-323 enquanto obra anunciada há dois meses segue sem início

Chuva amplia erosão na PR-323 enquanto obra anunciada há dois meses segue sem início
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 13h13 - Modificado em 9 de dezembro de 2025 às 13h19

A forte chuva que atingiu Umuarama nesta segunda-feira (08) voltou a agravar a erosão no km 298+500 da PR-323. A reportagem do OBemdito esteve novamente no local e constatou que o buraco às margens da rodovia aumentou de forma significativa, avançando em direção à pista e ampliando o risco para motoristas. A situação persiste mesmo após o DER-PR anunciar, em outubro, uma obra emergencial, que até o momento não teve início.

A água levou mais parte do aterro que sustentava o acostamento e o pavimento, deixando taludes mais íngremes e instáveis. Caminhoneiros que passam diariamente pelo trecho relatam medo de transitar no local, especialmente durante a noite ou sob chuva. A sinalização improvisada colocada em outubro continua sendo o único reforço no ponto crítico.

Situação já havia piorado em novembro

Imagens feitas pelo OBemdito no dia 6 de novembro já mostravam que a erosão vinha se agravando semana após semana. As chuvas daquele período haviam levado parte da terra do acostamento e do asfalto, ampliando o desmoronamento iniciado em 18 de outubro.

Na ocasião, o DER-PR informou que o “processo de contratação emergencial estava em andamento”, mas admitiu que não havia previsão para início dos reparos. Mais de duas semanas após o primeiro deslizamento, o terreno seguia cedendo sem qualquer intervenção efetiva.

Como o problema começou

O desmoronamento teve início em 18 de outubro, no trecho urbano entre o viaduto Alexandre Ceranto e o trevo do Gaúchão. O aterro cedeu nos dois lados do suporte de uma tubulação, comprometendo acostamento, parte do asfalto e o sistema de drenagem. Na madrugada daquele dia, o Simepar registrou 32,9 mm de chuva entre 4h45 e 9h, volume suficiente para sobrecarregar todo o sistema de escoamento.

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O ponto é considerado um dos mais críticos da rodovia porque recebe grande concentração de enxurradas vindas da avenida Castelo Branco, que canaliza água das regiões centrais de Umuarama até o córrego Pinhalzinho. A força dessas correntes escava a base do aterro e provoca desmoronamentos recorrentes há anos. Mesmo após múltiplas reconstruções, o problema volta a aparecer a cada período de chuva intensa.

Concessão promete solução definitiva

O desmoronamento da PR-323 é um dos muitos problemas estruturais que o novo contrato de concessão promete resolver. O Lote 4 do programa de concessões do Paraná foi leiloado em 23 de outubro e vencido pelo Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR.

O grupo assume a gestão dos trechos por 30 anos, com investimentos previstos de R$ 18 bilhões em 627,5 km de rodovias federais e estaduais. Entre as obras estão:

  • 239 km de duplicações
  • 157 km de faixas adicionais
  • 44 km de vias marginais
  • 49 km de acostamentos
  • 59 km de contornos urbanos
  • 101 obras de arte especiais (viadutos, pontes e passarelas)
  • 50 km de ciclovias

Com as melhorias estruturais e novos sistemas de drenagem, a expectativa é que a concessão reduza episódios de erosões e colapsos de pista, aumentando a segurança dos motoristas e diminuindo a necessidade de obras emergenciais que, no trecho de Umuarama, se tornaram frequentes.

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Quase dois meses depois, nenhum reparo começou

Mesmo com a situação se agravando por sucessivas chuvas, a obra emergencial anunciada pelo DER-PR ainda não saiu do papel. O processo, segundo o próprio órgão, segue em fase administrativa, sem previsão para início. Enquanto isso, a erosão avança a cada tempestade, colocando em risco milhares de motoristas que utilizam diariamente um dos trechos mais movimentados da PR-323.

(Com imagens de Danilo Martins/OBemdito)

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