(Foto Reprodução/Vídeo/Depoimento)
O advogado Delfer Dalque de Freitas, que representa Diego Augusto de Lima Santos, de 23 anos, revelou ao OBemdito a estratégia jurídica que a defesa pretende adotar no caso em que o jovem é indiciado pela Polícia Civil do Paraná por ao menos três homicídios em Iporã.
Freitas afirma que o processo precisa seguir critérios técnicos, psiquiátricos e legais antes de qualquer conclusão definitiva. Diego, que se autointitulou “serial killer” em depoimento, está preso preventivamente desde o início de novembro.
Segundo a banca de advogados constituída pela família, há laudos, relatórios médicos e receituários que comprovam que Diego possui diagnóstico de esquizofrenia paranoide há pelo menos 18 anos, realizando tratamento desde 2007.
Diante disso, a defesa prepara um pedido formal de incidente de insanidade mental, para que peritos oficiais avaliem sua capacidade de compreensão e autodeterminação tanto na época dos fatos quanto atualmente.
Os advogados afirmam que o transtorno mental grave “interfere significativamente na percepção da realidade, na coerência narrativa, na memória e no comportamento”, o que torna indispensável que o processo seja conduzido dentro de parâmetros psiquiátricos adequados.
O defensor destaca ainda que, por causa da doença, a comunicação entre réu e defesa é fragmentada, exigindo metodologia cuidadosamente ajustada.
A família de Diego também prestou depoimento às autoridades e, de acordo com a defesa, reafirmou estar colaborando com a investigação e manifestou solidariedade aos familiares das vítimas.
“Os parentes não compactuam com crimes e que, se houver comprovação dos fatos, Diego deverá responder conforme determina a lei”, respeitando-se sua condição clínica, destacou o advogado a OBemdito.
A defesa critica o ambiente de intensa repercussão que cercou o caso após o indiciamento. Para os advogados, a exposição pública pode gerar “pressão midiática capaz de influenciar investigações, decisões judiciais e até conduzir a equívocos irreversíveis”, como prisões precipitadas ou interpretações descoladas de laudos técnicos. A defesa menciona também preocupação com a divulgação de informações de caráter sigiloso.
A banca afirma que o compromisso não é “absolver a qualquer custo”, mas garantir que a responsabilização, se confirmada, esteja amparada em avaliações psiquiátricas sérias e conclusivas.
A defesa argumenta que eventuais condutas atribuídas ao jovem podem ter sido influenciadas por alucinações auditivas, delírios e pela combinação entre o quadro clínico e conteúdos audiovisuais sobre violência que ele consumiria com frequência.
A Delegacia de Iporã concluiu o inquérito sobre a morte de Danilo Roger Bido Ferreira, de 31 anos, ocorrida em agosto, e indiciou Diego por homicídio qualificado. A polícia também deve incluí-lo nos inquéritos referentes às mortes de Gilberto de Lucca e José Antônio Rodrigues Gaia, que o réu afirmou ter cometido.
Em depoimento ao delegado Luã Mota, Diego descreveu detalhes dos crimes e afirmou ter agido “por prazer”. A defesa, no entanto, sustenta que tais declarações precisam ser analisadas à luz do diagnóstico psiquiátrico, uma vez que a coerência do discurso pode estar comprometida pela doença mental.
Sobre um quarto caso, a morte de Luiz Delfino Marques, o inquérito permanece aberto, aguardando exumação e diligências complementares. A Polícia Civil afirmou que está à disposição para novos esclarecimentos e que segue comprometida com a elucidação completa dos fatos.
“No tocante a essa morte, o procedimento investigativo permanece em andamento. Está aguardando a realização da exumação e o cumprimento de diligências complementares necessárias para a conclusão do respectivo inquérito”, disse o delegado.
Diego está recolhido em unidade de segurança reforçada desde sua prisão. A defesa afirma que, devido ao quadro grave, o jovem deve permanecer em local especializado, capaz de garantir segurança própria, de terceiros e continuidade do tratamento.
Os advogados dizem acompanhar “cada etapa” do caso e reforçam a necessidade de que a investigação avance com “rigor técnico, equilíbrio e absoluto respeito ao devido processo legal”.
Sobre outro jovem preso no início das investigações da morte de Danilo Bido, o delegado disse não haver comprovação de envolvimento. “Quanto ao primeiro investigado, preso no curso das apurações do inquérito que aferia a morte da vítima Danilo, não foram identificados elementos que comprovassem sua participação no crime, razão pela qual não houve indiciamento em seu desfavor”, explicou o delegado.
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