Diagnosticada com esclerose múltipla, Érica Bolonhezi escolheu reagir com força, fé e amor à vida - Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Diagnosticada com esclerose múltipla, ela decidiu enfrentar a doença de peito aberto. Assim que se restabeleceu do giro de 360 graus que a notícia provocou, Érica Paula Bolonhezi Tsukamoto, 37 anos, resolveu inspirar outras pessoas acometidas pela doença a encarar os desafios usando as redes sociais.
O que começou como um desabafo, tornou-se um ‘diário de superação’. Com leveza e sinceridade, ela grava vídeos falando sobre as limitações, os medos, as vitórias e o poder da esperança e os publica no Facebook e no Instagram.
Seu objetivo é claro: “Minha intenção é contribuir para a conscientização sobre a doença e mostrar que é possível enfrentá-la com disposição e dignidade… É um testemunho que dou com tranquilidade, afinal já passei por muitos tratamentos”.
Mas nessa tentativa de ajudar, acabou também se ajudando. “Falar nas redes sociais foi libertador; recebo muita mensagem de apoio”, exclama Érica, que se afastou das atividades profissionais [é jornalista da Diocese de Umuarama] para dedicar-se integralmente à reabilitação.
Receptiva e animada, Érica Bolonhezi [como assina profissionalmente] recebeu OBemdito em sua casa para contar essa experiência, que vem atraindo a atenção dos internautas. Entre sorrisos e lágrimas, foram duas horas de boa conversa. “Minha rotina não tem sido fácil, mas não me queixo”, avisa.
Alicerçada em informações confiáveis e nas boas perspectivas que a medicina tem oferecido, Érica diz que segue firme, acreditando que conhecimento também é uma forma de cura.
Além do acompanhamento com o neurologista, fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, nutricionista exercícios físicos e ingestão de suplementos [vitaminas e minerais] fazem parte da lista dos cuidados que toma no dia a dia; e a cada seis meses se submete a uma infusão de medicamentos que ajudam a retardar a progressão e a reduzir os surtos.
De acordo com ela, é o mínimo que tem a fazer na busca por força muscular e bem-estar: “Mesmo nos dias mais desafiadores, mantenho o ritmo”.
“Mas procuro levar a vida de forma leve, sorrindo”, garante, com uma ressalva. “Isso não significa que eu não chore de vez em quando… Sim, eu choro… Tem dia que choro umas duas horas… Depois fico bem.”
A primeira crise que Érica enfrentou foi em 2014: sua visão ficou embaçada. Em seguida, foi no oftalmologista, que a mandou para o neurologista; este, disse que poderia ser estresse.
O segundo surto foi um travamento na coluna – o ortopedista mandou fazer hidroginástica; o terceiro, formigamento nos dedos da mão esquerda – segundo o médico consultado, poderia ser uma inflamação e receitou anti-inflamatório e acupuntura.
“Depois tive vários outros surtos… Hoje eu sei que eram surtos, mas eu vivia nos médicos… Uma hora diziam que a tontura era labirintite, depois eram os cristais do labirinto que estavam fora do lugar e lá ia eu para mais tratamentos”, lembra.
Entre um especialista e outro, enfrentou fadiga intensa, dificuldade para andar e muitas incertezas até que veio, em 2018, o diagnóstico da esclerose múltipla [do tipo recorrente/remitente]. “O laudo do exame tinha duas páginas… Eu me apavorei quando vi… Minha vida girou 360 graus”, conta.
Mas nesse ínterim tem fatos positivos para destacar: Érica se casou [em 2014] e teve duas filhas, Manuela, 7 anos, e Sofia, 2 anos. Nas duas gestações – com ‘autorização’ médica devido à esclerose múltipla -, Érica diz ter ficado muito bem. “Foram ótimas, abençoadas”, exclama, enfatizando que sua ligação com Deus é muito forte.
“O bispo Dom João [Mamede Filho, de Umuarama] dizia sempre ‘tua fé te salvou’… Eu acredito nisso… Aliás, minha fé me salva até hoje… Percebo que Nossa Senhora está comigo”, assegura.
A fé é um de seus pilares; o outro é o amor incondicional do marido, Diogo Tsukamoto. “Ele me apoia em tudo… É de uma compreensão imensa! É um presente de Deus! Eu me emociono quando falo dele”, desculpa-se, com os olhos cheios de lágrimas.
Em tom de gratidão, também ressalta o apoio dos pais, sogra, irmãos, cunhados e de muitas amigas, que estão sempre por perto, ajudando quando chama. “Disso, não tenho do que me queixar… Estou rodeada de gente que me cuida e me dá carinho!”.
De causa ainda desconhecida, a esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, especialmente o cérebro e a medula espinhal.
Ocorre quando o sistema imunológico passa a atacar a mielina, substância que reveste e protege as fibras nervosas, prejudicando a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo.
Os sintomas variam conforme a área do sistema nervoso atingida, mas entre os mais comuns estão fadiga intensa [fraqueza muscular], alterações na visão [dupla ou embaçada], formigamentos e dormências em braços, pernas ou face e dificuldade de equilíbrio.
Os sintomas podem surgir em crises (surtos), seguidas de períodos de remissão parcial ou total. Não há cura, mas os avanços da medicina têm permitido controlar a progressão da doença.
O tratamento da esclerose múltipla combina medicamentos imunomoduladores e imunossupressores; fisioterapia e exercícios físicos, para manter a força e a mobilidade; e terapias complementares, que ajudam no equilíbrio emocional e no bem-estar.
Com diagnóstico precoce, acompanhamento médico e hábitos saudáveis, é possível levar uma vida relativamente ativa e plena, como vem demonstrando Érica com sua história de coragem e fé.
== Acompanhe a Érica no Instagram – @ericabolonhezi.
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