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Leonardo Revesso Publisher do OBemdito

Desembargador vê indícios de que Pozzobom tinha voz ativa em esquema criminoso

“Valia-se de servidores públicos comissionados estrategicamente nomeados"

Agentes do Gaeco acompanham Pozzobom na escadaria da Prefeitura, no dia 5 de maio, quando a operação Metástase foi deflagrada. FOTO: OBEMDITO
Agentes do Gaeco acompanham Pozzobom na escadaria da Prefeitura, no dia 5 de maio, quando a operação Metástase foi deflagrada. FOTO: OBEMDITO
Desembargador vê indícios de que Pozzobom tinha voz ativa em esquema criminoso
Leonardo Revesso - OBemdito
Publicado em 17 de setembro de 2021 às 20h51 - Modificado em 18 de setembro de 2021 às 11h45
Gastro Umuarama

Ao decidir preventivamente pelo afastamento de Celso Pozzobom no final da tarde da última quarta-feira (15) o desembargador Laertes Ferreira Gomes, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) considerou a acusação do Ministério Público (MP) de que o prefeito coordenava e tinha voz ativa no desvio de recursos do Fundo Municipal de Saúde.

“Há indicativos que o requerido possuía voz de liderança sobre os demais investigados, dado que valia-se de servidores públicos comissionados estrategicamente nomeados, dentre outros comparsas, que o blindavam, no intuito da perpetuação das práticas criminosas investigadas”, diz trecho da decisão ao qual o G1 teve acesso.

O processo corre em segredo de justiça. Nenhum outro veículo de comunicação teve acesso ao conteúdo, exceto o portal G1 e a RPC (Rede Paranaense de Comunicação).

O próprio advogado de Pozzobom, Alessandro Silvério, disse que não tido acesso às fundamentações até o início da tarde desta quinta-feira (16) e que aguardava o material para definir sobre a defesa.

Operação Metástase

O MP acusa Pozzobom por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os crimes resultaram na operação Metástase e, uma vez confirmados, se converterão no maior escândalo de corrupção da história de Umuarama.

Os promotores sustentam que as fraudes e desvios investigados aconteciam mediante o superfaturamento de contratos públicos e manejo de notas fiscais frias que justificavam a emissão de cheques por entidades filantrópicas de saúde pública.

Ainda na decisão liminar (não definitiva) de Laertes Ferreira Gomes à qual o G1 teve acesso, Pozzobom pode ter quitado parcelas de um apartamento no valor de R$ 120 mil, com dinheiro desviado dessas entidades. O pagamento teria sido confirmado por outro investigado no esquema, conforme o MP.

Afastamento preventivo

O afastamento de Celso Pozzobom é preventivo. Diante dos fatos narrados pelo Ministério Público, o desembargador Laertes Gomes entendeu que a permanência do prefeito no cargo permitiria a continuidade das práticas ilícitas e até a possibilidade de adulteração de provas importantes para a investigação.

OBemdito não conseguiu contato telefônico com a defesa do prefeito afastado. A chamada foi realizada às 20h30.

O vice-prefeito Hermes Pimentel assumiu o cargo interinamente no final da tarde desta quinta-feira (16), praticamente no mesmo momento em que Pozzobom dava entrada no hospital Nossa Senhora Aparecida, com forte dores abdominais.

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