Mãe repete foto do filho com médico que o salvou em Umuarama; veja a história

De sua roça no distrito de Serra dos Dourados, zona rural de Umuarama, Anailde de Souza Barros via o mundo se estreitar em 2012. O choro rouco do filho Luiz Felipe, então com um ano, cortava o ar puro do campo. As crises de tosse seca, seguidas do chiado ao inspirar, não davam trégua, e assim o medo começava a tomar forma.

Entre a terra que cultivava e a angústia crescente, a agricultora iniciou uma peregrinação. Postos de saúde e pronto-socorros foram visitados, e cada ida reforçava o temor que paralisa qualquer mãe. “Eu pensava que iria perdê-lo”, ela conta, deixando transparecer o peso da lembrança.

Diante disso, a solução foi buscar ajuda além de suas possibilidades. Com dinheiro emprestado, abriu-se o caminho para um encontro decisivo com o médico Kelson Ferrarini, pediatra e intensivista, que passou a acompanhar o caso. Exames foram realizados e, enfim, o diagnóstico foi confirmado. Luiz Felipe enfrentava coqueluche, grave infecção respiratória que exige tratamento imediato.

A internação, portanto, se estendeu por um mês. Longe da rotina simples de Serra dos Dourados, o menino travava sua batalha, enquanto o médico o acompanhava pessoalmente. Suas atitudes plantaram sementes de alívio. “Ele atende com carinho, atenção, amor e prazer”, diz Anailde, que guarda essa gratidão como um bem precioso.

Com o tratamento, a cura floresceu. No dia da alta, um pedido singelo em tom de brincadeira transformou a memória daquele momento. O médico tirou uma foto com o menino nos braços e, com um sorriso, fez um desejo. “Não gostaria de vê-lo aqui novamente, porque isso seria uma recaída. Mas traga ele quando fizer 14 anos para repetirmos esta foto.”

A vida, então, seguiu seu curso. Luiz Felipe cresceu saudável entre as plantações, alimentando o sonho de ser caminhoneiro como o irmão. Enquanto isso, a promessa permanecia guardada no coração de Anailde, preservada com o mesmo cuidado dado a uma boa semente.

Doze anos depois, ela decidiu que era hora de colher aquela lembrança. Aos 52 anos, retornou ao consultório acompanhada do filho, agora um adolescente de 14 anos. Dr. Kelson, com 43, não os reconheceu de imediato; a história havia se perdido entre tantas consultas, exames, prontuários e emergências.

Mas, quando a mãe relembrou a promessa e a foto de 2012, a emoção surpreendeu o médico. Ele viu diante de si o resultado mais bonito de seu trabalho, um futuro inteiro representado naquele jovem saudável.

Assim, a nova foto foi tirada. Luiz Felipe, agora em pé ao lado do médico, já não cabe mais nos braços de quem ajudou a salvar sua vida. “Eu agradeço a Deus por ter colocado alguém tão especial nas nossas vidas”, conclui dona Anailde.

O poder da vacinação

A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença provoca crises intensas de tosse seca, acompanhadas de chiado ao inspirar, vômitos, cansaço extremo e dificuldade para respirar.

Embora possa atingir pessoas de qualquer idade, os bebês são os mais vulneráveis, já que complicações podem evoluir rapidamente e colocar a vida em risco.

A boa notícia é que a coqueluche tem vacina. A prevenção é feita por meio dos imunizantes Pentavalente, DTP e dTpa, todos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. O esquema vacinal protege as crianças e reduz drasticamente as chances de infecção e internação.

Além disso, adultos que convivem com bebês também devem manter a vacinação em dia, reforçando a proteção ao redor dos pequenos. A vacinação é a forma mais eficaz de evitar a doença e suas consequências.

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