Foto: Arnaldo Neto/AEN
A lei proposta e sancionada pelo Governo do Estado que reduziu o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) dos atuais 3,5% do valor venal de automóveis, caminhonetes e motocicletas para históricos 1,9% a partir de 2026 é fruto de um longo trabalho de solidez fiscal que o Paraná vem construindo nos últimos anos. Para se conquistar a menor tarifa do país e aliviar carga tributária sobre o cidadão, o Estado precisou fazer o dever de casa e alcançar um nível de estabilidade ímpar.
Durante a assinatura da sanção do corte de mais de 45% do tributo, feito nesta terça-feira (23), o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou justamente a situação conquistada pelo Paraná, reconhecida sobretudo com a nota A+ na classificação de Capacidade de Pagamento (Capag) da Secretaria do Tesouro Nacional.
“Essa é a maior nota de todas, o que mostra que o Paraná passou a ter a maior e a melhor saúde fiscal e financeira do Brasil. Isso é fruto de muita redução de custos e cortes de mordomias”, afirmou o governador, que destacou, ainda, que esse nível de solidez foi uma peça-chave para reduzir o imposto de forma tão drástica. “É uma medida de justiça tributária e respeito ao cidadão”.
O primeiro grande fator que permitiu o corte de impostos é o fato de que o Paraná é um dos poucos estados brasileiros com as contas em dia, com mais dinheiro em caixa do que dívidas – uma situação compartilhada por apenas sete das 27 unidades da federação.
De acordo com números do próprio Tesouro Nacional, o Estado possui uma dívida negativa de R$ 7,7 bilhões. Isso significa que o Paraná teria capacidade de quitar todos os seus débitos e ainda restariam quase R$ 8 bilhões em seus cofres. É o melhor resultado de todo o país, à frente de Mato Grosso (R$ -7,69 bilhões), Espírito Santo (R$ -2,8 bilhões), Maranhão (R$ -1,9 bilhões), Paraíba (R$ -1,8 bilhões), Amapá (R$ -444 milhões) e Rondônia (R$ -334 milhões).
Como explica o secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, esse é um cenário de bastante conforto que dá ao Estado a capacidade de fazer essa redução de impostos. “Temos a menor dívida consolidada líquida do Brasil, fruto de uma gestão eficiente e responsável que nos coloca em uma posição única em todo o país. E mais do que ser referência para os outros estados, queremos que esse bom resultado chegue também aos nossos cidadãos”, diz.
Segundo Ortigara, a dívida negativa representa sustentabilidade nas contas e é o que permite que o Paraná tenha condições tanto de executar programas e investimentos recordes, como de adotar medidas ousadas como o corte no IPVA. “Ao invés de gastar com o pagamento de juros, estamos devolvendo esse bom momento para a sociedade na forma de justiça tributária”.
Essa sustentabilidade financeira citada pelo secretário é outro ponto do segredo por trás da alíquota de 1,9% do IPVA. A administração da dívida e o bom controle do caixa fizeram com que as aplicações financeiras do Estado, em 2024, rentabilizassem quase R$ 2 bilhões a mais do que os juros da dívida para o período – o melhor resultado do Brasil.
Com isso, o Governo Estadual não precisa alocar recursos do orçamento para esse fim. Isso permite que mais recursos do orçamento sejam destinados a investimentos ou mesmo fazer uma redução de impostos sem grandes prejuízos.
Parte disso está ligado ao chamado Tesouro Estratégico, um conjunto de medidas adotadas pela Secretaria da Fazenda para tornar o Tesouro Estadual muito mais eficiente. Trata-se de mudanças de metodologias e práticas que otimizam as aplicações e rendimentos, garantindo melhores resultados.
Durante o anúncio da sanção da alíquota de 1,9% para o IPVA 2026, o governador Ratinho Junior também citou mais de uma vez que a justiça tributária era fruto não apenas da situação confortável do Paraná, mas também de medidas de economia adotadas pela atual gestão.
O corte de mordomias a que ele se refere está ligado a uma série de decretos que visam sobretudo reduzir as despesas não essenciais do Estado – as Outras Despesas Correntes (ODC), como são classificadas no orçamento estadual. São gastos do dia a dia, como compra de materiais, custeio de viagens, realização de eventos e outras despesas não relacionadas à execução de programas e à prestação de serviços.
O Decreto 5.919/2024, por exemplo, passou a limitar o crescimento dessas ODCs, estabelecendo um teto com base na variação da Receita Corrente Líquida (RCL) paranaense. O objetivo é justamente o controle orçamentário e garantir a sustentabilidade financeira do Poder Executivo. E a medida deu certo. De acordo com uma estimativa da Sefa, foram economizados cerca de R$ 1,13 bilhão desde sua implementação, em maio de 2024.
Mais recentemente, em junho de 2025, outro decreto fez um corte significativo de gastos da máquina pública. Também visando essas ODC, o decreto 10.255/2025 prevê remanejamento de gastos não essenciais de secretarias e órgãos e deve ter impacto de R$ 2,3 bilhões apenas para este ano – ou seja, quase os R$ 2,8 bi que deixarão de ser arrecadados com a redução da alíquota do IPVA.
“Para entregar essa redução de impostos ao cidadão, o Governo do Paraná adotou medidas para enxugar sua própria estrutura”, afirma Norberto Ortigara. “Ao melhorar a qualidade dos gastos, é possível buscar esse equilíbrio: tiramos de gastos não essenciais para abrir espaço para uma queda expressiva nos impostos. Assim, temos um Estado comprometido com sua população, mas sem abrir mão da responsabilidade fiscal”.
E a expectativa é que os municípios não sejam impactados com perdas de arrecadação. O Governo do Paraná transferiu mais de R$ 10,2 bilhões aos municípios entre janeiro e agosto de 2025, o que representa um crescimento nominal de 84% ao longo dos últimos sete anos. Nos primeiros oito meses de 2018, por exemplo, o total repassado às prefeituras foi de R$ 5,5 bilhões.
Além do crescimento nominal, houve aumento real de 27% ao longo dos últimos sete anos, período em que as transferências constitucionais cresceram de forma contínua, com velocidade expressiva após a pandemia, até chegar à marca histórica registrada neste ano.
Esses recursos são provenientes de transferências constitucionais e correspondem à parcela dos municípios de impostos como o ICMS e o IPVA, além do fundo de exportação e dos royalties do petróleo. Assim, eles fazem parte das receitas públicas correntes das prefeituras e podem ser aplicados pelos municípios em áreas essenciais como saúde, educação, segurança pública e transporte.
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