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Acusação de fraude bilionária é ‘infundada’, diz dono da Cellshop, alvo do Gaeco

“Tenho ao meu lado uma equipe jurídica de alto nível, que já está atuando de forma incisiva para esclarecer os fatos e restabelecer a verdade”

O empresário Jorbel Griebeler, dono da loja de departamentos Cellshop. (Foto: Christian Rizzi/Câmara de Foz do Iguaçu)
Acusação de fraude bilionária é ‘infundada’, diz dono da Cellshop, alvo do Gaeco
Leonardo Revesso - OBemdito
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 11h44 - Modificado em 21 de setembro de 2025 às 11h44

O empresário Jorbel Griebeler, 47 anos, dono da Cellshop, no Paraguai, rebateu as acusações que o colocam no centro da operação Mercado de Pandora, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), em Santa Catarina. Ele está com prisão preventiva decretada.

Em nota de esclarecimento divulgada neste fim de semana, Griebeler negou qualquer envolvimento com práticas ilícitas e classificou as acusações como “infundadas”.

“Nos últimos dias, meu nome foi citado em investigações que ganharam grande repercussão. Quero ser claro: todas as acusações são infundadas e serão integralmente rebatidas pela Justiça”, afirmou.

O empresário destacou contar com uma estrutura jurídica robusta para enfrentar o processo. “Tenho ao meu lado uma equipe jurídica de alto nível, que já está atuando de forma incisiva para esclarecer os fatos e restabelecer a verdade”, escreveu.

Ele também reafirmou sua confiança no desfecho favorável. “Nada abalará meu compromisso com a transparência e com todos que confiam em mim. Esse momento, embora difícil, será superado. E, quando a verdade prevalecer, sairemos ainda mais fortes e resilientes.”

Griebeler encerrou sua manifestação agradecendo o apoio que tem recebido. “Agradeço profundamente o apoio que tenho recebido. Seguimos firmes, juntos.”

Nota Do Dono Da Cellshop

O mandado de prisão preventiva contra o dono da Cellshop

No dia 11 de setembro, a Vara Estadual de Organizações Criminosas da Comarca da Capital de Santa Catarina expediu um mandado de prisão preventiva contra Griebeler, da Cellshop. A ordem, no entanto, não foi cumprida porque ele não foi localizado.

A ofensiva, deflagrada em 16 de setembro, resultou em 15 mandados de prisão preventiva44 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios contábeis e empresas de fachada, além de 69 ordens de bloqueio de bens e valores que somam R$ 227,6 milhões.

Durante as diligências, uma pessoa foi presa em flagrante por porte de munições de calibre restrito, e um simulacro de arma de fogo foi apreendido.

Esquema de fraude bilionária que envolve a Cellshop

Segundo o Ministério Público, a organização criminosa investigada teria se especializado em fraude fiscal e sonegação tributária no comércio eletrônico, com foco na venda de smartphones em plataformas de marketplace.

A prática consistia em registrar empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, para emissão de notas fiscais fictícias. Quando atingiam grande volume de vendas, essas empresas eram rapidamente encerradas e substituídas por outras, num ciclo que dificultava o rastreamento.

O fisco de Santa Catarina estima em R$ 45 milhões o montante sonegado apenas em tributos estaduais. Além da perda de arrecadação, o esquema teria criado concorrência desleal ao ocultar receitas e mascarar patrimônios.

O “Mercado de Pandora”

O nome da operação que envolve o dono da Cellshop faz referência ao mito grego da Caixa de Pandora: ao ser aberta, libertou os males do mundo, restando apenas a esperança. O Ministério Público associou a metáfora ao “mercado virtual” aparentemente legítimo, mas que escondia um elaborado esquema de crimes tributários e financeiros.

Apesar da sofisticação das manobras, a investigação concluiu que os envolvidos deixaram rastros digitais e contábeis que permitiram a ação da inteligência policial.

Atuação interestadual

As ordens judiciais foram cumpridas em várias cidades de Santa Catarina (Joinville, Mafra, São João Batista e Campo Erê), no Paraná (Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Apucarana, Marmeleiro e São Jorge do Oeste), além de Limeira e São Paulo (SP) e Maceió (AL).

O caso segue sob sigilo judicial. Os investigados podem responder por organização criminosa, sonegação fiscal, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

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