Cotidiano

Avó da miss morta em Altônia reage à prisão de acusados 7 anos após o crime; assista

Após longos anos de espera, a notícia que trouxe um pouco de paz para o coração de Agda Seegantin chegou na manhã deste sábado (7). Os homens acusados de matarem a neta dela, Bruna Zucco, em março de 2018, foram presos em operação da Polícia Civil. A avó da miss que foi assassinada de forma cruel falou a OBemdito.

De acordo com a polícia, Bruna Zucco foi morta porque estava com a pessoa errada, o empresário Valdir de Brito Feitosa, no momento errado. Valdir, concluiu a investigação, era o personagem central em uma desavença entre contrabandistas de cigarro e traficantes de drogas. 

A avó da miss disse que o anúncio da prisão dos suspeitos trouxe à tona, mais uma vez, a dor que persegue a família por sete anos, mas também mostrou uma luz de que a justiça, finalmente, começa a ser feita. 

“Meu coração tá dolorido, ele tá meio assim, como que se tivesse uma porta fechada e aquela porta abrisse bem pouquinho. Vai abrir só um pouquinho, sabe? É aquela luz entrando. Meu coração está assim”, afirmou. “É como se (a tragédia) estivesse acontecendo hoje. Sabe aquele dia 22 de março de 2018? Volta, sabe, ele volta”, acrescentou.

A avó da miss lembra que Bruna Zucco, que estudava Psicologia em Umuarama e chegou a ser miss Altônia, era uma menina muito querida, muito alegre. “Não tinha tristeza para ela que se precisasse dela ela estava pronta. E não era só comigo que era família. Ela tinha uma legião de amigos e ela era uma menina muito alegre, não tinha tristeza”.

O crime que chocou pela violência e ganhou repercussão nacional, foi desvendado num momento em que já não falava sobre o acontecimento. A divulgação das prisões, na manhã deste sábado, foi recebida com surpresa e o sentimento de que, mesmo de forma um pouco tardia, a justiça começa a operar. 

Operação Miss

O delegado de Altônia, Reginaldo Caetano, informou que os alvos são apontados como mandante e executores do duplo homicídio que vitimou a Miss Altônia Bruna Zucco Seegantin, na época com 21 anos, e o empresário Valdir de Brito Feitosa, de 30 anos.

Ambos foram mortos em março de 2018 e a polícia encontrou os corpos carbonizados na carroceria de uma caminhonete incendiada em uma estrada rural de Altônia. Antes de atear fogo nos corpos, os autores executaram as vítimas com disparos de arma de fogo, de calibre 38.

O caso gerou comoção nacional pela violência. Reginaldo Caetano informou que a PCPR de Altônia enfrentou vários empecilhos para desenvolver o inquérito. A investigação durou sete anos, sendo dificultada pelo incêndio do carro com os corpos e o desaparecimento de provas.

O delegado ressaltou que o crime foi motivado por uma disputa territorial entre o tráfico e o contrabando de cigarros na região de fronteira. Valdir era o alvo principal da execução. Bruna, segundo a investigação, foi morta apenas por estar em sua companhia, sem qualquer envolvimento com crimes.

Investigação da PCPR de Altônia

A investigação feita pela Polícia Civil indica que o mandante e um dos executores eram de Altônia na época dos fatos. Além disso, o inquérito identificou que o crime teve planejamento minucioso. Isso incluiu a contratação de um pistoleiro de outro estado, destruição de provas e coação de testemunhas.

O mandante é um homem de 39 anos. Os policiais o capturaram em um apartamento com porta blindada em Balneário Camboriú. A equipe precisou usar explosivos para entrar no imóvel. Os demais envolvidos têm 44, 43 e 26 anos.

“O principal executor (pistoleiro) foi contratado em Santa Catarina. Ficou morando em Altônia com todo suporte dado pelo mandante, chegou antes na cidade e aguardaram o dia melhor para pegar o Valdir, por infelicidade a miss estava junto”, disse Reginaldo Caetano.

Além do pistoleiro de Santa Catarina, os policiais prenderam hoje o outro executor de Pato Branco. E o intermediador entre os pistoleiros e o mandante, de Pato Branco, está foragido.

“A elucidação desse crime representa um dos desfechos mais importantes da segurança pública recente da nossa região. Trabalhamos todos esses anos com poucos elementos, mas com a firme convicção de fazer justiça”, afirmou o delegado Caetano.

Leonardo Revesso

Graduado em Direito pela Unipar, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e especializando em Neurociência do Consumo pela ESPM. Tutor da Olívia, da Ludi e da Mila. Está no jornalismo há 27 anos (iniciou aos 15). No OBemdito escreve sobre política e consumo.

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