Cotidiano

Duplo feminicídio: mulher é assassinada e mãe morre ao tentar impedir crime

Juliana Thais Mateus, de 40 anos, foi assassinada a facadas em Três Coroas, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). O principal suspeito do crime é o ex-companheiro da vítima, que foi preso nesta terça-feira (20) ao dar entrada em um hospital. A identidade dele não foi divulgada pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado responsável pela investigação, Rodrigo Caliari, o ataque também deixou ferida a mãe de Juliana, Zilma Damiani Mateus, de 68 anos, que tentou salvar a filha. Ela foi socorrida com ferimentos graves no abdômen e levada a um hospital da região. Apesar dos esforços médicos, Zilma não resistiu e faleceu na noite desta quinta-feira (22).

Vítima tinha denunciado agressor dias antes

Juliana havia procurado a polícia três dias antes do crime para denunciar o ex-companheiro. Conforme o delegado Caliari, a mulher relatou ameaças, tentativas de asfixia e até uma agressão com faca. A denúncia resultou na concessão de uma medida protetiva de urgência, em vigor desde a sexta-feira (16).

Apesar da proteção legal, Juliana foi morta de forma violenta e brutal. A investigação agora apura como o agressor conseguiu se aproximar da vítima mesmo com a medida em vigor.

Estatísticas alarmantes no RS

O caso de Juliana e Zilma se soma a um cenário preocupante no Rio Grande do Sul. Entre os anos de 2022 e 2024, 265 mulheres foram assassinadas no estado. Destas, mais de 200 eram mães, o que resultou em 456 crianças e adolescentes órfãos.

Canais de denúncia e ajuda

Em casos de emergência, a orientação é ligar para o 190, número da Brigada Militar. Quando a violência já ocorreu, a vítima pode procurar a Delegacia da Mulher ou qualquer delegacia de polícia para registrar o boletim de ocorrência e solicitar medidas protetivas.

Também é possível registrar a ocorrência pela internet, por meio da Delegacia Online.

Outros canais de atendimento incluem:

  • Central de Atendimento à Mulher: disponível 24 horas pelo número 180.
  • Defensoria Pública do Paraná: oferece orientações jurídicas e atendimento gratuito pelo número 129

Esses serviços são essenciais para que vítimas de violência doméstica saibam como buscar ajuda e proteção.

Repercussão e próximos passos

O suspeito, preso após procurar atendimento médico, será interrogado e deve responder por feminicídio e homicídio. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e provas para esclarecer todos os detalhes do crime.

Stephanie Gertler

Fotógrafa há mais de 16 anos, graduada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Atualmente, atua como jornalista no OBemdito.

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