Saúde

Ministério da Saúde inicia trâmites para incluir vacina contra Chikungunya no SUS

Após a aprovação do registro da vacina contra a Chikungunya pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde iniciou os trâmites para sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, o pedido será encaminhado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), com o objetivo de adotar as medidas necessárias para que a nova tecnologia seja avaliada e, posteriormente, disponibilizada na rede pública de saúde.

Dessa forma, a medida representa mais um passo dentro das estratégias do governo federal para reforçar a imunização da população contra arboviroses, como parte de uma política pública de prevenção contínua.

Expectativa de incorporação ao calendário nacional

A perspectiva é que, caso a incorporação seja aprovada e a capacidade produtiva esteja assegurada, a vacina passe a integrar o calendário nacional de vacinação. Essa inclusão fortalecerá as ações de combate à Chikungunya em território brasileiro.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, “toda vez que surge a notícia de uma nova vacina registrada, é uma boa notícia para a saúde pública — ainda mais quando envolve duas instituições fundamentais do SUS: a Anvisa e o Instituto Butantan. Vacinar é sempre defender a vida. Garantir a vacinação é o primeiro passo para salvar vidas em nosso país.”

A expectativa do governo é de que o novo imunizante ajude a reduzir os impactos da doença e atue como medida preventiva fundamental, especialmente em regiões com histórico de surtos.

Desenvolvimento internacional com tecnologia nacional

Desenvolvida pelo laboratório austríaco Valneva, a vacina contra Chikungunya foi criada em parceria com o Instituto Butantan, no Brasil, simbolizando um avanço expressivo no enfrentamento das doenças transmitidas por mosquitos. A iniciativa também reforça o compromisso do Ministério da Saúde em garantir acesso a tecnologias inovadoras, eficazes e seguras por meio do SUS.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, destacou a relevância do avanço: “Chikungunya é uma doença que vem crescendo no Brasil, ao longo dos anos. O fato de se ter uma vacina que é segura e eficaz, traz alento para a sociedade. A partir do registro pela Anvisa, o Ministério da Saúde começa os passos para a incorporação da vacina no SUS”.

O imunizante já havia recebido aprovação de agências regulatórias internacionais de referência, como a FDA (Food and Drug Administration, dos Estados Unidos) e a EMA (Agência Europeia de Medicamentos), para uso em adultos, o que contribui para o fortalecimento da confiança no seu uso.

Caracterização da doença e impacto no país

A Chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da zika. A doença provoca febre alta e dores articulares intensas, podendo evoluir para quadros de dor crônica, em especial em pacientes mais vulneráveis.

Introduzido no Brasil em 2014, o vírus está presente em todos os estados da federação. Até 14 de abril deste ano, foram notificados 68,1 mil casos da doença no país, com 56 óbitos confirmados. Assim, a vacinação surge como um instrumento essencial para evitar a propagação do vírus e as complicações decorrentes da infecção.

Perfil da vacina e produção inicial

A vacina é do tipo recombinante atenuada, de dose única, e é indicada para pessoas a partir de 18 anos que estejam sob risco elevado de exposição ao vírus. Por outro lado, é contraindicada para gestantes e indivíduos imunocomprometidos, conforme os dados clínicos apresentados.

Inicialmente, a produção do imunizante será realizada na Alemanha pela empresa IDT Biologika GmbH. No entanto, há previsão de transferência de tecnologia para que a fabricação futura seja realizada no Brasil, sob responsabilidade do Instituto Butantan.

Com isso, a expectativa é ampliar a capacidade nacional de produção de imunizantes e garantir maior autonomia ao país em campanhas de vacinação contra arboviroses.

Evidências científicas e compromissos regulatórios

A Anvisa concedeu o registro após a análise criteriosa de um dossiê que reuniu dados clínicos, informações sobre produção e garantias de qualidade do imunizante. De acordo com os estudos, a vacina induz uma resposta robusta de anticorpos neutralizantes, com perfil de segurança considerado satisfatório.

Ainda que o registro tenha sido concedido, a autorização está condicionada ao cumprimento de um Termo de Compromisso firmado entre a Anvisa e o Instituto Butantan. O acordo prevê a realização de estudos adicionais de efetividade, segurança e farmacovigilância ativa no território nacional, garantindo a continuidade do monitoramento após o início da aplicação da vacina.

(OBemdito com informações Agência Gov)

Stephanie Gertler

Fotógrafa há mais de 16 anos, graduada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Atualmente, atua como jornalista no OBemdito.

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