Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
A contadora Juliana Hainart, de 34 anos, é uma apreciadora ávida de café. Começa o dia com uma dose da bebida no trabalho e novamente na lanchonete próxima ao seu escritório. “Quando dá tempo, faço em casa”, diz.
Recentemente, ela notou uma diferença sutil, mas inconfundível, no sabor que considerava familiar. Intrigada, Juliana investigou e descobriu que a empresa trocou o café tradicional por uma versão conhecida no mercado como café fake.
O responsável pelas compras explicou que a troca se deu em resposta à recente elevação nos preços do café tradicional, um fenômeno que vem ganhando espaço em diversas regiões do Brasil.
O café fake tem tomado lugar nas prateleiras como alternativas mais econômicas frente ao encarecimento do grão puro. De acordo com o Cepea, os preços, que já subiram em torno de 50% nos últimos meses, ainda devem aumentar mais 7% no decorrer de 2025, determinado por fatores como questões climáticas e câmbio de exportação.
Essa situação abre uma porta para produtos que imitam as embalagens de marcas reconhecidas, mas que possuem composições bem diferentes.
O café fake difere fundamentalmente do café puro. Enquanto o produto autêntico é uma mistura de grãos torrados e moídos, essas novas alternativas são descritas nas embalagens como “pó para bebida sabor café”.
Seus ingredientes incluem subprodutos da colheita, como cascas e, em alguns casos, grãos defeituosos, além de aditivos que replicam artificialmente o gosto do café.
Em janeiro, o custo mais elevado do mercado provocou uma inovação questionável: misturas que incluem cereais como milho e cevada, ou até frutas como açaí, aparecem como substitutos baratos.
Segundo relatos da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), essas variações podem incluir componentes que, fora das exigências de pureza do café real, trazem impactos à saúde a longo prazo. A conclusão da Abic é que o café fake faz, sim, mal à saúde, até porque não possui autorização da Anvisa para sua venda.
Procurada por OBemdito, a nutricionista Sônia Gentil Soares adverte sobre esses produtos. Ela menciona que a presença de aditivos pode reduzir o valor nutricional que o café fake dificilmente entrega, faltando, portanto, os antioxidantes.
Nos últimos anos, o café fake ganhou notoriedade não apenas pelo preço, mas pelo possível marketing enganoso. Imagens de xícaras fumegantes e grãos servem para iludir o consumidor em relação à autenticidade.
No entanto, a legalidade desses produtos persiste em um limbo. Apesar de algumas empresas alegarem comercializar dentro dos parâmetros legais informando “pó para bebida sabor café” no rótulo, o Ministério da Agricultura ainda investiga a conformidade dessa prática com as normas existentes.
A questão é se essas ofertas devem ser tratadas sob regulamentações como “mix de preparos para bebida” ou “preparados sólidos”, termos que abrangem bebidas aromatizadas.
Para muitos consumidores como Juliana, garantir a satisfação depende crucialmente de entender as etiquetas e rótulos. Sônia recomenda atenção a expressões-chave como “café 100% puro”, à presença de certificações adequadas, como o selo Abic, e à lista de ingredientes.
A nutricionista também incentiva a experimentação de chás pretos ou mate como alternativas saborosas em meio aos ajustes do mercado para evitar o café fake.
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