(FOTO: LEONARDO REVESSO/GERADA POR IA)
Um avanço científico promissor está emergindo diretamente dos laboratórios da Universidade de Hong Kong. Pesquisadores desenvolveram uma técnica inovadora que pode mudar a forma como lidamos com memórias negativas e traumas emocionais.
A abordagem, publicada na prestigiosa revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), utiliza estímulos sensoriais durante o sono para reativar memórias positivas, reduzindo o impacto de lembranças negativas.
Essa descoberta pode abrir novas possibilidades para o tratamento de condições como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e ansiedade, ao mesmo tempo em que oferece insights valiosos sobre o funcionamento da mente humana.
O método desenvolvido pelos cientistas é baseado na Reativação da Memória Direcionada (TMR, na sigla em inglês), uma abordagem que explora a capacidade do cérebro de reforçar memórias enquanto dormimos.
Durante o sono, as memórias são naturalmente reativadas, mas o TMR permite direcionar esse processo ativamente por meio de estímulos sensoriais, como sons ou odores.
No experimento realizado, 37 voluntários, com cerca de 20 anos, foram expostos a 48 imagens positivas e 48 negativas. A primeira etapa do estudo associou as imagens negativas a palavras escolhidas aleatoriamente e consolidou essas memórias durante uma noite de sono.
No dia seguinte, os participantes foram apresentados às imagens positivas, e metade das palavras previamente ligadas às memórias negativas foi reutilizada. Isso criou uma “ponte” entre as memórias negativas e positivas, conectando-as através dos mesmos estímulos verbais.
Na segunda noite de sono, as palavras gravadas foram reproduzidas durante a fase NREM (Movimento Não Rápido dos Olhos), conhecida por ser fundamental para o armazenamento de memórias. Durante esse processo, os cientistas observaram um aumento na atividade da banda teta no cérebro, que está diretamente ligada ao processamento de memórias emocionais.
Os resultados do estudo foram surpreendentes. Após o experimento, os participantes relataram maior dificuldade em recordar as memórias negativas que haviam sido associadas às positivas. Além disso, ao ouvir as palavras usadas no experimento, os voluntários tendiam a evocar as lembranças positivas, que passaram a se sobrepor às negativas.
Essas descobertas apontam para a possibilidade de “reprogramar” o cérebro para priorizar memórias positivas em detrimento de lembranças negativas. Embora ainda esteja nos estágios iniciais, a técnica apresenta um potencial revolucionário para ajudar pessoas que lidam com memórias traumáticas.
O impacto dessa pesquisa vai além do campo da neurociência. Técnicas de manipulação de memória, como o TMR, podem ser futuramente aplicadas no tratamento de transtornos psicológicos, como TEPT, ansiedade e depressão.
Ao reduzir o peso emocional de memórias negativas, os pacientes podem experimentar melhorias significativas em sua qualidade de vida e bem-estar mental.
No entanto, especialistas alertam que o uso dessa técnica ainda requer mais estudos para compreender seus efeitos de longo prazo e garantir sua segurança. Pesquisas adicionais serão necessárias para avaliar sua eficácia em populações maiores e em casos clínicos mais complexos.
A capacidade de manipular memórias durante o sono representa uma das fronteiras mais intrigantes da ciência moderna. As memórias negativas têm um papel importante em nossa evolução, ajudando a evitar situações perigosas no futuro. No entanto, quando essas lembranças se tornam excessivamente intrusivas, podem prejudicar a saúde mental.
A técnica apresentada pelos pesquisadores de Hong Kong é uma evidência de como a ciência está avançando na compreensão e no controle do funcionamento do cérebro humano. Ao explorar métodos inovadores para aliviar o impacto de memórias negativas, estamos, potencialmente, abrindo caminho para uma nova era de tratamentos terapêuticos.
Embora a ideia de apagar memórias negativas lembre ficções científicas como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, a realidade por trás dessa tecnologia é muito mais sutil. Em vez de apagar memórias, a técnica busca requalificá-las, reduzindo sua carga emocional negativa e reforçando associações positivas.
Se aplicada com responsabilidade, essa abordagem pode transformar a forma como lidamos com traumas e emoções difíceis. No entanto, como toda inovação científica, ela exige uma análise ética cuidadosa para evitar abusos ou usos indevidos.
Com mais pesquisas e avanços, a manipulação de memórias pode se tornar uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde mental e emocional de milhões de pessoas ao redor do mundo.
(Fonte: The University of Hong Kong)
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