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Justiça converte em prisão preventiva de mulher que levou idoso constatado morto em banco

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Justiça converte em prisão preventiva de mulher que levou idoso constatado morto em banco
Redação
OBemdito
19 de abril de 2024 16h59

Foi convertido, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (18), de prisão em flagrante para preventiva – sem prazo determinado – para Erika de Souza Vieira Nunes, que levou Paulo Roberto Braga, 68, para realizar um empréstimo de R$ 17 mil uma agência bancária em Bangu (RJ), onde foi constatado que ele estava morto. Ela é suspeita de vilipêndio de cadáver e tentativa de furto.

O estado em que o idoso estava no momento do atendimento causou estranheza nos funcionários da agência, que acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). No local, os socorristas constataram que a vítima já estava em óbito.

Defesa

Erika foi presa em flagrante pela Polícia Civil. Sua advogada, Ana Carla de Souza Correa, afirmou que a cliente é inocente e que o idoso chegou vivo até a agência. Disse também, na saída da audiência de custódia, que irá pedir a revogação da prisão.

“Não é porque o caso nos causa estranheza ou clamor social que isso é suficiente para um tratamento diferenciado. Poderia ter sido aplicado a ela o artigo 318 do Código de Processo Penal por equiparação. Erika tem uma filha especial e é a guardiã. A filha precisa dos cuidados dela”, afirmou, citando a norma que estabelece condições para prisão domiciliar de mães ou responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência.

Polícia

Segundo policiais que apuram o caso, o idoso foi levado a um banco logo após receber alta hospitalar de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira. No dia seguinte, ela o levou a outra agência, cuja gerente constatou o estado apático do idoso e acionou o Samu.

O prontuário médico aponta que Paulo ficou dependente de oxigênio entre os dias 8 e 15. Quando recebeu alta, ele estava “taquicárdico, com frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, disártrico e com dificuldades para deglutir”, afirma o laudo pericial do IML (Instituto Médico Legal).

Mesmo assim, a mulher tentou sacar o dinheiro do empréstimo contratado no dia 25 de março, pelo celular. Porém, foi necessário que Paulo fosse até uma agência pessoalmente para retirar a quantia ou solicitar a transferência para outra conta.

Câmeras de monitoramento da agência mostram o idoso entrando no local em uma cadeira de rodas enquanto gesticula com dificuldades. Não se sabe o que impossibilitou que o saque do empréstimo fosse concluído na ocasião.

Foi então que, na terça-feira (16) ela saiu novamente com Paulo, que foi colocado em um carro de aplicativo para ir até a agência bancária em Bangu. Em depoimento, o motorista do veículo disse à polícia que o idoso estava debilitado, porém “respirava e tinha força nas mãos”.

O laudo do IML apontou que Paulo possivelmente faleceu entre as 11h30 e 14h de terça, não sendo possível concluir com precisão se ele morreu antes de entrar na agência bancária para onde foi levado ou se ele morreu no local.

Outro detalhe sobre o caso são as imagens captadas de câmeras de segurança do shopping onde a agência bancária está localizada. No vídeo, é possível ver Paulo na cadeira de rodas acompanhado por Erika. Ambos estavam em uma cafeteria e o vídeo revela que o homem está imóvel durante toda a duração do vídeo.

(Com informações Banda B)

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