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Clubes podem ser solução para aumentar número de leitores

Vamos tentar imaginar os motivos da baixa adesão dos brasileiros pelos livros

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Clubes podem ser solução para aumentar número de leitores
Redação
OBemdito
16 de abril de 2021 18h49

Peço licença para começar esse texto com tristes estatísticas.

Segundo o site da Agência Brasil em uma matéria publicada em setembro do ano passado, na 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultural, o Brasil perdeu, nos últimos quatro anos, mais de 4,6 milhões de leitores. A pesquisa aponta que no período de 2015 a 2019, o percentual de leitores no Brasil caiu de 56% para 52% e ainda, cerca de 93 milhões de um total de 193 milhões de brasileiros não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos três meses (dados referentes ao período da pesquisa).

É muita gente né?! A coisa fica ainda mais estranha se a gente considerar que ler é um hábito muito saudável e uma delícia.

Mas vamos tentar imaginar os motivos dessa baixa adesão dos brasileiros pelos livros, talvez seja o preço? Realmente nem todo livro é barato e para piorar está tramitando uma proposta do governo federal apresentada pela figura do ministro da economia que propõe dentro da reforma tributária a taxação dos livros com o CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços) com uma alíquota de 12%, atualmente os livros são isentos de impostos desde a constituição de 1946, uma das justificativas para a taxação é que livros são produtos consumidos pela elite. Por isso, mais do que nunca é necessário tornar o livro um artigo popular.

Gostaria de apresentar algumas das alternativas possíveis e que podem dar aquele incentivo para quem deseja começar esse bom hábito. Para essa missão vamos contar com as amadas bibliotecas, muitas delas públicas, com os modernos livros digitais – que costumam ser mais baratos do que suas versões físicas, e que tal os sebos onde se encontra grande variedade de livros com preços camaradas, e ainda há as feiras – só de novembro pra cá já rolaram duas grandes feiras virtuais com 50% de desconto.

Voltando aos possíveis motivos do fraco apoio popular aos livros, talvez haja por aí uma galera que até queira embarcar em um livro super incrível mas considera essa aventura algo muito solitário. Nesse caso, que tal os clubes de leitura? A gente sabe que nesse momento onde devemos evitar reuniões presenciais, tais clubes não são viáveis, mas se eu te contar que para esse problema também já inventaram uma solução super mega tecnológica, ou quase isso.

Os clubes de leitura on-line, virtuais ou como queira chamá-los, são uma excelente opção para dar aquele incentivo que estava faltando para acordar o leitor que mora aí dentro de você. E tem clube para todos os gostos e espalhados em diversas redes sociais, tem para quem quer companhia para ler aquele clássico, para quem gosta de ficção científica, para quem adora suspirar lendo aqueles romances açucarados, para quem curte ou quer experimentar os livros de não ficção e até clube que só lê livros escritos por mulheres, é clube para que  todo mundo possa participar.

E digo mais, leitura coletiva é o aproveitamento máximo de um texto, é a oportunidade perfeita para ouvir e ver outras perspectivas, conhecer outros pontos de vista, outros pontos de partida ou chegada, é um espaço onde nos permitimos aprender e ensinar o que sabemos, clubes de leitura são o ápice da troca e do compartilhamento de saberes, um bom espaço para praticar empatia e alteridade.

Dê um “Google” e escolha a sua galera.

Em tempo, em Umuarama temos o clube de leituras Leia Mulheres, os encontros estão acontecendo on-line e é totalmente gratuito e aberto ao público, para saber mais procure as redes sociais do projeto @leiamulheresumuaramapr


*Jaqueline Menezes, estudante, leitora em formação, amante de livros de mistério desde adolescente, atualmente, mediadora e co-organizadora do Projeto Leia Mulheres em Umuarama, onde divide experiências de leitura com pessoas incríveis, co- idealizadora, mediadora e co-organizadora do Clube de Leituras e Estudos Políticos Práxis Revolucionária onde também é revisora e organizadora do Blog Práxis Revolucionária.

Co-idealizadora do Projeto de sebo colaborativo Mãe de Livro no Instagram.

Entusiasta de projetos de divulgação e disseminação de leitura e projetos de inclusão digital.

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