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Paraná

De ajudante de frentista a apresentador líder de audiência: conheça a trajetória do Salsicha

Salsicha, que completou 44 anos de idade, comentou sobre os desafios de toda carreira

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De ajudante de frentista a apresentador líder de audiência: conheça a trajetória do Salsicha
Redação
OBemdito
27 de maio de 2021 09h20

Ricardo de Jesus Souza, o Salsicha, completa 44 anos de idade nesta quarta-feira (26). Natural de Jandaia do Sul, na região Noroeste do Paraná, ele escolheu Maringá para morar e trabalhar com o jornalismo. Nos dias de hoje, à frente dos telejornais Balanço Geral e Cidade Alerta, da RIC Record TV Maringá, e colecionando conquistas frequentes como líder de audiência, é difícil imaginar a trajetória humilde e de muita luta pela qual atravessou um dos comunicadores mais queridos do Estado.

Salsicha é o apelido que ele recebeu ainda na juventude em razão da semelhança que tinha com o personagem mirrado do desenho animado Scooby Doo. Magrelo e sempre na correria, nunca escondeu que quase chegou a passar fome durante tantas lutas que enfrentou. “Quantas vezes eu chegava na rodoviária, vindo de Jandaia do Sul para Maringá, olhava para a coxinha na lanchonete e nunca podia comprar para comer”, diz o apresentador, em entrevista exclusiva que concedeu para o portal RIC Mais.

Ele explica que não era absurdo algum uma criança trabalhar nos anos 1980, quando ele iniciou sua trajetória profissional em um posto de combustíveis onde o pai dele, o Zé Borracheiro, trabalhava também.

Demonstrar a importância de se ter responsabilidade pelo trabalho era algo que as famílias buscavam fazer para afastar os filhos dos perigos das ruas. Foi pensando nisso que a Dona Terezinha, mãe do Salsicha, pagava escondido para o dono do posto deixar o filho, ainda pequeno, trabalhar no local.

Ainda na adolescência, Salsicha experimentou trabalhos como office boy, atendente de loja, ajudante e, finalmente, auxiliar em comícios políticos. Começa aí uma parceria que mudaria para sempre a vida dele, quando conhece o lendário comunicador Benedito Cláudio de Oliveira, o Pinga Fogo (em memória).

“Eu tinha 13 anos quando comecei nos comícios, e o sistema de som era do Pinga Fogo, que gostou da minha prestatividade. Em pouco tempo eu já estava na rádio dele trabalhando, e a minha função era na sonoplastia e também falar as horas no meio da transmissão”, relembra Salsicha.

Rádio e TV

Na década de 1990, o programa Pinga Fogo na TV, na Bandeirantes, e toda programação do Sistema Pinga Fogo de Comunicação na rádio Nova Ingá serviram de trabalho e verdadeira escola para o apresentador Salsicha, que se tornou uma espécie de braço direito do patrão.

A sonoplastia dos programas do Pinga Fogo ficava a cargo de Salsicha, que, em um determinado dia, estava na hora certa e no local certo. Um assalto na agência do Banco do Brasil da região do Maringá Velho obrigaria um repórter da rádio ir até o local para fazer a cobertura. Seria a primeira pauta do repórter Salsicha.

“Eu era molecão, as polícias não me conheciam, e meio que sem querer eu acabei entrando na agência que havia sofrido o assalto. Ao vivo, para a rádio, eu coloquei o gerente do banco para falar com o Pinga Fogo, e de lá para cá nunca mais parei de trabalhar bem de perto com a notícia”, relembra Salsicha.

História parecida com a primeira aparição no audiovisual, já que um pé de maconha inusitado precisava ser noticiado e o repórter do jornal havia faltado naquele dia. Salsicha estreou no telejornalismo com a pauta policial, a qual se tornou especialidade dele em toda trajetória como repórter.

O jeito humilde de falar com as pessoas e a bênção do respeitado Pinga Fogo abriram muitas portas para Salsicha, que conseguia furos de reportagem e notícias em primeira mão da área policial, sempre chamando muita atenção com o timbre de voz mais alto e imponente dedicado nos microfones.

Um novo passo

Pinga Fogo batizou a filha única do Salsicha, e era considerado um pai para o apresentador. Vítima de AVC, Pinga Fogo faleceu em 13 de maio de 2014. Encerrava-se ali uma verdadeira escola de vida para Salsicha, que, ainda naquele ano, despede-se do grupo comunicacional que trabalhava para iniciar uma trajetória marcada pelo sucesso no Grupo RIC Record TV.

O convite para apresentar o Cidade Alerta, telejornal noturno da RIC Record TV Maringá, foi aceito com entusiasmo por Salsicha, mas a transição foi marcada por dificuldades financeiras e ajuda do próprio sogro, que chegou a doar uma cesta básica para o apresentador, a esposa Daiane e a filha Évelyn Giovana pudessem suportar um período de vacas magras.

A força de vontade se transformou em sucesso instantâneo na TV. Salsicha virou unanimidade absoluta em Maringá e, em dezembro de 2014, estreou também como apresentador do campeão de audiência Balanço Geral, exibido no horário do almoço para Maringá e toda a região Noroeste do Paraná.

‘Tamo junto’

Qual o segredo de tanto sucesso? Para Salsicha, é fazer o trabalho com muita paixão e entender que é preciso identificação, entrosamento, encarar tudo isso como uma grande família, composta por todo o time de jornalistas e funcionários que estão por trás dos telejornais, e ainda incluir nesta família cada um dos telespectadores.

Isso tudo, mais uma vez, ele diz ter aprendido com o mestre Pinga Fogo: “Ele era como um pai para mim, e eu sou muito família. Aqui na RIC Record TV Maringá eu encontrei outra família maravilhosa, e cada um se dedica com tanto amor para levarmos diariamente as notícias para a população que só pode ser coisa de família, coisa que um pai só faria para um filho mesmo.”

Desta aproximação e carinho, surge o principal bordão do Salsicha: “Tamo Junto”.

“Com a gente, é diferente. As pessoas na rua sabem o meu nome, mas também sabem o nome de cada um dos nossos programas. Elas se identificam com o Balanço Geral, com o Cidade Alerta e com cada um dos nossos repórteres. Isso não tem preço. Tamo junto”, comemora Salsicha. 

(Wilame Prado / Ric Mais)

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