Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Uma das profissões que sobrevive à passagem dos anos nos grandes centros urbanos, o engraxate foi praticamente extinto em cidades menores. Em Umuarama, Ivo Serralvo Telles, de 51 anos recém-completados nesta terça-feira (26), continua exercendo a atividade nos dias atuais, em horários de contraturno.
Servidor concursado pela Prefeitura de Umuarama desde fevereiro de 2001, “Ivo Graxa”, como foi apelidado, diz ter aprendido a profissão sozinho. Tudo começou na antiga Rodoviária, em meados de 1994, quando ganhou a caixa de um menino engraxate.
“Era uma caixa pequena, com pouco espaço para trabalhar, então procurei um marceneiro para reconstruí-la. Depois comprei escova, pincel, graxa e um conjuntinho de panos”, lembra Ivo, que após a experiência de atender os clientes na rua com o método tradicional, resolveu apostar no serviço delivery.
A comodidade e a rapidez são dois requisitos indispensáveis para Ivo Graxa. Um lustre daqueles de dar inveja, segundo ele, leva o máximo de 10 minutos e até menos que isso. Tudo é feito de acordo com a necessidade do cliente. No começo, o treinamento era nos sapatos dos parentes, em casa. “Era meu ganha pão. Eu não podia errar. Perguntava a eles, sejam sinceros, se ficou bom ou não”, conta.
Foram cinco anos ganhando o sustento como engraxate. Em 2001, uma situação curiosa e, como Ivo Graxa define, uma “obra de Deus” mudou sua vida. A dificuldade financeira era grande e a renda que conseguia engraxando sapatos passou a ser insuficiente para Ivo manter a família – mulher e filho.
“Estava desempregado e desmotivado. Naquele dia tinha deixado a caixa de engraxate em casa. Quando passava em frente ao antigo IVC, na entrada da garagem, papéis estavam voando, como se tivesse sendo empurrados por um soprador em minha direção. No meio dos papéis tinha uma nota de dez reais. Era justamente o valor da inscrição para o concurso da prefeitura”, comemorou na época.
Ivo Graxa fez a prova do concurso para a vaga de vigia e ficou em quinto lugar na classificação. Hoje, ele é servidor público e trabalha como vigia do Bosque Uirapuru. Perguntei a ele se a profissão de engraxate ficou só na memória. A resposta foi definitiva: “Não é por falta dinheiro, graças a Deus, mas a profissão está no sangue, está na veia”, afirma ele, batendo e um dos braços.
Com cartão de visitas e a inseparável caixa de madeira com a publicidade do seu negócio, Ivo Graxa aproveita o contraturno para atender os clientes em casa e muitos deles no trabalho. “Com a pandemia fiquei um tempo parado e agora voltei. Muita gente não sabe disso. Espero conquistar novos clientes e voltar a atender quem já engraxou calçados comigo”, argumenta Ivo, citando seu primeiro cliente: Gilberto Toesca de Aquino.
O quê: Serviço de engraxate
Onde: Umuarama e região
Contato: 99766.4041, Ivo Graxa
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