Substâncias encontradas na água de Umuarama podem provocar câncer, afirma infectologista
Não é possível afirmar que os casos de câncer sejam resultado destas substâncias, mas o efeito somatório com outras itens pode aumentar o risco de ter a doença
Na semana que Umuarama e outras cidades paranaenses e brasileiras figuraram no site de notícias Repórter Brasil – no levantamento sobre o abastecimento de água, entre os anos de 2018 e 2020 – o médico infectologista da Uopeccan, Raphael Chalbaud Biscaia Hartmann comentou sobre as substâncias químicas e radioativas detectadas pelo estudo.
Raphael afirma que ingerir substâncias como o arsênio, por exemplo, a curto, médio e longo prazo podem trazer desde uma simples diarreia como também câncer. “Tudo isso depende do tempo de consumo e volume de consumo”, destacou o infectologista.
Os laudos utilizados no estudo divulgado pelo Repórter Brasil foram atestados pelo Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), do Ministério da Saúde. O mapa da água foi dividido em duas situações: vermelho escuro e claro.
O vermelho mais escuro representa a água com substâncias com maior potencial de gerar doenças crônicas, como câncer. Já o vermelho claro é quando a água apresentou outras substâncias que geram riscos um pouco menores à saúde, embora também sejam nocivas.
A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Umuarama abriu um Termo de Investigação Preliminar para apurar as afirmações. Além do termo de investigação contra a Sanepar, o Procon também enviou ofício ao escritório regional do Instituto Água e Terra – IAT abordando os resultados indicados no estudo do Mapa da Água.
Raphael lembrou ainda que não é possível afirmar que os tratamentos de câncer atendidos pela Uopeccan sejam resultado de substâncias que venha da água ou não. “Podemos dizer que o efeito somatório deste e outros contatos como alimentos irrigados por água contaminada pode aumentar de uma forma global o risco de câncer”, mencionou.
Orientação
O médico reforça a orientação às donas de casa para filtrar ou ferver a água, isso ajuda a eliminar os elementos químicos existentes. “O mais importante é que o serviço de abastecimento de água local tenha um olhar mais crítico e periódico do controle da água que estará na mesa do umuaramense”, finalizou.