Cotidiano

Guerra no Rio: 25 mortos no confronto entre polícia e criminosos

A Operação Exceptis foi deflagrada a partir de denúncias de que criminosos estão expulsando moradores de suas casas

Guerra no Rio: 25 mortos no confronto entre polícia e criminosos
Aline Reis
OBemdito
6 de maio de 2021 14h28

A Polícia Civil realiza uma operação nesta quinta-feira (06) contra o tráfico que atua na comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio. A ação deixou ao menos 25 mortos —um agente baleado na cabeça e outras 24 pessoas que, segundo a polícia, seriam suspeitas.

Outros dois policiais foram feridos na perna e de raspão no braço. Até o começo da tarde, havia confronto na região. Dois passageiros ficaram levemente feridos ao serem atingidos dentro de uma composição do metrô na região da estação Triagem.

A concessionária do Metrô informou que um passageiro foi baleado de raspão no braço e outro foi atingido por estilhaços de vidro.

Os feridos foram identificados como Humberto Duarte, 20, levado para o Souza Aguiar, e Raphael Silva, 33, socorrido no Hospital Salgado Filho. Segundo as unidades, Duarte tem estado de saúde estável, enquanto Silva saiu da unidade mesmo sem alta médica.

Atiradores em helicóptero e desespero de moradores

A investigação teve início a partir de informações repassadas à DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) de que traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território, o CV (Comando Vermelho).

Esses criminosos exploram práticas como o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e até sequestros de trens da Supervia.

A Operação Exceptis foi deflagrada a partir de denúncias de que criminosos estão expulsando moradores de suas casas. O grupo seria responsável também pelo assassinato de moradores e pelo sumiço dos corpos.

Vinte e um criminosos foram identificados como os “responsáveis por garantir o domínio territorial da região com utilização de armas de fogo”, informou a Polícia Civil.

Imagens da operação mostraram ao menos dois atiradores armados com fuzis em um helicóptero da Polícia Civil. O uso de aeronaves como plataforma de tiro é criticado por especialistas e um dos pontos questionados na ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635, na qual a alta letalidade policial no Rio de Janeiro é debatida.

Segundo a polícia, o policial morto durante a operação foi identificado como André Leonardo de Mello Frias e era da Dcod (Delegacia de Combate as Drogas). Os outros dois policiais que foram feridos atuam da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e na Dcod.

Em nota, a Secretaria Estadual de Polícia Civil disse que “se solidariza com amigos e familiares, e sente muito a dor pela morte do inspetor que teve uma trajetória ilibada na instituição, sendo admirado e respeitado por todos. Ele honrou a profissão que amava e deixará saudade. Mas também deixa o sentimento de que o trabalho não pode parar”.

A região do Jacarezinho é considerada um dos quartéis-generais do CV (Comando Vermelho).

(UOL)

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