Pedágio inicia em 2026 com novas praças em Cianorte, Umuarama e Francisco Alves
A volta do pedágio nas rodovias do Paraná avança para uma nova etapa e passa a impactar diretamente Umuarama e o noroeste do Estado. Desde 28 de novembro de 2021, com o fim dos antigos contratos, o Paraná deixou de cobrar tarifas. No entanto, a retomada ocorrerá de forma gradual. Assim, a previsão é iniciar a cobrança nos Lotes 4 e 5 no primeiro trimestre de 2026.
Segundo o cronograma oficial, o governo deve assinar os contratos com as concessionárias em fevereiro. A partir disso, as empresas terão até 30 dias para assumir as rodovias. Somente depois, elas poderão iniciar a cobrança de pedágio, desde que cumpram exigências previstas em edital.
No Lote 4, que concentra grande impacto na região de Umuarama, o principal destaque, por sua vez, recai sobre a PR-323, entre Maringá e Guaíra. Até então, o trecho soma 302 quilômetros sem histórico de pedágio. Agora, com a nova concessão, ele receberá quatro novas praças, além da implantação de uma unidade em Umuarama.
Consórcio vencedor
O Consórcio Infraestrutura Paraná, formado pelo Grupo EPR e Perdin, venceu o leilão do Lote 4. O grupo ofereceu desconto de 21,3% na tarifa básica. O contrato prevê duração de 30 anos.
Ao todo, o Lote 4 reúne oito rodovias estaduais e três federais. Juntas, elas somam 627 quilômetros e passam por 33 municípios, incluindo Umuarama. O trecho contará com nove praças de pedágio, sendo cinco inéditas.
Valores do pedágio no Lote 4
As tarifas estimadas para veículos de passeio variam conforme a praça. Em Umuarama, o valor leiloado do pedágio foi de R$ 14,61, com tarifa estimada de R$ 11,40 após desconto. Em Cianorte, a cobrança pode chegar a R$ 8,24. Já em Francisco Alves, o valor estimado é de R$ 5,97.
Além disso, o pacote prevê investimentos de cerca de R$ 18 bilhões. Desse total, R$ 10,8 bilhões serão destinados a obras. A PR-323 receberá mais de 150 quilômetros de duplicação. Portanto, a expectativa é melhorar a fluidez e reduzir acidentes.
O contrato também inclui faixas adicionais, vias marginais, passarelas, pontos de ônibus, barreiras acústicas e passagens de fauna. Quatro contornos urbanos estão previstos, incluindo Maringá Sul.
Além do cronograma geral, o Lote 4 da PR-323 prevê intervenções extensas ao longo de vários municípios do noroeste paranaense. As obras buscam ampliar a segurança viária, melhorar a fluidez do tráfego e garantir mais mobilidade urbana. Nesse sentido, o projeto combina duplicações, viadutos, passarelas, pontes, marginais e ciclovias.
Obras previstas no Lote 4
Em Paiçandu, por exemplo, onde a rodovia já é duplicada, o projeto prevê a construção de uma nova passarela para pedestres no km 154. Além disso, a concessionária implantará uma ciclovia entre os km 150 e 153. Assim, o trecho urbano passa a oferecer mais proteção a pedestres e ciclistas.
Em Doutor Camargo, também em área já duplicada, a concessionária construirá uma nova via marginal entre os km 174 e 175. Além disso, implantará um viaduto do tipo Parclo no km 180. A estrutura permitirá retornos em desnível e reduzirá conflitos no tráfego urbano.
No trecho que receberá nova duplicação, o projeto inclui a implantação de um viaduto do tipo Trombeta no km 182, no entroncamento com a PR-554. Além disso, a concessionária construirá uma nova ponte sobre o Rio Ivaí. Dessa forma, a ligação regional ganhará mais capacidade e segurança.
Em Terra Boa, a concessionária construirá dois viadutos do tipo Diamante, nos km 187 e 190. As estruturas substituirão passagens elevadas e rotatórias. Além disso, o projeto prevê a construção de uma nova ponte sobre o Rio São Mateus.
Em Jussara, as intervenções incluem dois Parclos, nos km 194 e 198, e dois Diamantes, nos km 202 e 204. As obras substituem rotatórias de acesso ao município. Também estão previstas novas pontes sobre os rios Bertioga, Canaméia e Ligeiro.
Cianorte concentrará um dos maiores volumes de obras. O trecho contará com Parclos, cinco Diamantes, passarelas, vias marginais e ciclovia. Além disso, serão construídas novas pontes sobre os rios Catingueiras e dos Índios. Assim, o acesso urbano será totalmente reconfigurado.
Em Tuneiras do Oeste, a PR-323 terá dois Diamantes, um Parclo e uma nova ponte sobre o Rio São Vicente. Em Tapejara, o projeto prevê Diamantes no perímetro urbano, via marginal, ciclovia e novos retornos em desnível.
Cruzeiro do Oeste receberá viadutos do tipo Trombeta, Diamantes urbanos, passarelas, via marginal e ciclovia. Por fim, em Umuarama, o plano inclui Parclos, Trombetas, Diamantes, passarelas, via marginal e ciclovia, tanto em trechos duplicados quanto nos que ainda serão ampliados.
Pedágio no Lote 5
Já o Lote 5, que também impacta o noroeste, será administrado pela Reune Rodovias Holding II, ligada ao Pátria Investimentos. O trecho tem 433 quilômetros e atravessa 16 cidades. Nele, haverá cinco praças de pedágio.
Nesse lote, a empresa ofereceu desconto de 23,83% e se comprometeu a investir R$ 11,8 bilhões em 30 anos. As obras incluem duplicações, marginais, interseções, ciclovias e contornos, como o de Guaíra.
Expectativa
Por um lado, o pacote de obras no Lote 4 da PR-323 sinaliza um salto importante em infraestrutura, com ganhos diretos em segurança viária, fluidez do tráfego e integração regional. As intervenções atendem a demandas antigas de motoristas, moradores e do setor produtivo, além de criarem uma expectativa concreta de melhoria na qualidade dos deslocamentos.
Por outro lado, o projeto também inaugura um novo cenário de despesas com o pedágio que antes não existiam, especialmente relacionadas à manutenção, à operação e aos custos indiretos que tendem a recair sobre usuários e poder público.
Com informações: GMC e Agencia Estadual de Notícias





