Scanavaca faz balanço do 1º ano e projeta cenário fiscal mais duro em 2026
O prefeito de Umuarama, Fernando Scanavaca (Republicanos), apresentou nesta sexta-feira (19) um balanço do primeiro ano à frente da administração municipal. Em entrevista coletiva no anfiteatro da prefeitura, ele destacou ações de contenção de despesas, investimentos realizados e os principais desafios para 2026.
Com discurso voltado à responsabilidade fiscal, o prefeito afirmou que o próximo ano deve ser marcado por restrições orçamentárias e necessidade de ajustes na máquina pública.
Cenário fiscal e queda de arrecadação
Scanavaca disse que Umuarama pode iniciar 2026 com déficit entre R$ 26 milhões e R$ 27 milhões, puxado principalmente pela redução na arrecadação do IPVA e por mudanças no recolhimento do imposto de renda dos servidores.
Segundo ele, esses recursos impactam diretamente o custeio da prefeitura, como folha de pagamento, combustível e manutenção dos serviços. O prefeito classificou o próximo ano como difícil e afirmou que o município terá de adotar medidas para manter o equilíbrio das contas.
Uso do IPVA e pagamento de compromissos
O prefeito explicou que parte da arrecadação do IPVA deste ano foi usada para quitar dívidas herdadas da gestão anterior. Com a entrada do IPTU ao longo do ano, segundo ele, os valores foram recompostos e aplicados.
Scanavaca afirmou que os rendimentos dessas aplicações ajudaram no pagamento do 13º salário dos servidores e injetaram recursos na economia local no fim do ano.
Corte de despesas e frota de veículos
Entre as primeiras medidas anunciadas para 2026 está a redução do uso da frota municipal. O prefeito determinou que 20% dos veículos oficiais deixem de circular a partir de janeiro.
A ideia, segundo ele, é diminuir gastos com combustível, manutenção e motoristas. Scanavaca também citou a possibilidade de adoção de transporte por aplicativo para serviços pontuais, como forma de reduzir custos operacionais.
Digitalização da prefeitura
Outro eixo da gestão para o próximo ano será a informatização dos serviços. O prefeito disse que pretende eliminar o uso de papel na prefeitura até o segundo semestre.
A expectativa é de que processos passem a tramitar de forma digital, reduzindo despesas e evitando que a população precise se deslocar até o prédio da administração para resolver demandas rotineiras.
IPTU e debate sobre a planta genérica
Diante da queda de receitas, Scanavaca afirmou que o município deve discutir em 2025 a atualização da planta genérica do IPTU, que pode resultar em aumento do imposto em algumas regiões da cidade.
Segundo ele, o tema será debatido com a sociedade e não deve ser implementado de forma imediata. Para este ano, a correção prevista é apenas pela inflação.
Habitação e mobilidade urbana
O prefeito comentou o projeto de construção de casas populares na região do São Cristóvão. Disse que condicionou a aprovação ao planejamento de melhorias na mobilidade urbana, com ampliação de vias de acesso ao bairro.
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Scanavaca afirmou ainda que tenta articular para que a primeira obra da concessão da PR-323 seja uma trincheira no trecho considerado crítico para o tráfego, no trevo próximo ao Parque de Exposições.
“Minha reivindicação é que a primeira obra seja a trincheira na 323, por causa dos acidentes.”
Estacionamento rotativo
Ao tratar do trânsito, o prefeito defendeu a implantação do estacionamento rotativo, que foi uma das prioridades do primeiro ano de gestão.
Segundo ele, a opção por um modelo em que o município gerencia o sistema garante que os recursos arrecadados permaneçam em Umuarama.
Scanavaca reconheceu dificuldades em licitações e disputas judiciais. “Os empresários estão felizes. Teve loja que aumentou até 30% as vendas com o rotativo.”
Transporte coletivo e coleta de lixo
No transporte urbano, o prefeito afirmou que a prefeitura trabalha para colocar novos ônibus em circulação no segundo semestre de 2026. A proposta é que o município seja o dono do sistema e remunere as empresas por quilômetro rodado.
Na coleta de lixo, Scanavaca disse que busca reduzir custos por meio de renegociação de contratos e fornecimento de caminhões, com apoio de recursos estaduais.
Obras e contrapartidas
O prefeito alertou que parte das obras anunciadas pelo governo estadual exige contrapartida financeira do município, o que deve pressionar ainda mais o orçamento.
Segundo ele, a prefeitura terá de priorizar projetos e, em alguns casos, recorrer a financiamento para garantir a execução das intervenções previstas.
Natal e críticas à gestão
Ao comentar as festividades de fim de ano, Scanavaca afirmou que o município gastou menos recursos próprios no Natal, com a maior parte do investimento bancada por emenda estadual.
Ele também respondeu a críticas sobre iluminação e organização e cobrou maior participação do comércio nas ações natalinas.
“Um milhão veio a fundo perdido do Estado, por emenda do deputado Nelson Justus. Do município, quase nada.”
Férias coletivas e funcionamento dos serviços
O prefeito explicou ainda a adoção de férias coletivas para parte dos servidores no fim do ano. Segundo ele, a medida permite concentrar os períodos de descanso e manter mais funcionários ativos ao longo de 2026.
Scanavaca reconheceu que pode haver impacto temporário nos serviços, mas afirmou que a decisão busca melhorar o atendimento no médio prazo.
Ao final da coletiva, o prefeito disse que o primeiro ano foi marcado por ajustes e reorganização da administração.
Para 2026, afirmou que a prioridade será manter o equilíbrio fiscal e garantir a continuidade dos serviços públicos, mesmo diante de um cenário econômico mais restritivo.
(Com imagens de Rudson de Souza/OBemdito)





