Obra emergencial em Umuarama segue sem início após mais de 15 dias de erosão na PR-323
Chuvas agravaram erosão; DER prometeu intervenção, mas ainda não iniciou os reparos
Mais de 15 dias após o desmoronamento que comprometeu parte da PR-323, em Umuarama, a obra emergencial prometida pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) ainda não foi iniciada.
A reportagem solicitou informações ao órgão nesta terça-feira (4), mas até a publicação desta matéria a assessoria não havia enviado resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Enquanto isso, o trecho permanece apenas sinalizado, e as fortes chuvas do último fim de semana agravaram a situação. Parte das laterais de sustentação da tubulação, o acostamento e o asfalto foram ainda mais comprometidos.

O problema teve início no dia 18 de outubro com o desmoronamento do aterro nos dois lados do suporte de uma tubulação no km 298+500, entre o viaduto Alexandre Ceranto e o trevo do Gaúchão, no perímetro urbano da cidade.
O DER havia anunciado que contrataria uma obra emergencial para recompor o terreno, recuperar o sistema de drenagem e reparar o pavimento, mas não apresentou prazos.
Segundo o departamento, a pista de transição entre a rodovia e o retorno segue interditada, enquanto as duas faixas principais continuam operando. Há sinalização de alerta no local, especialmente para caminhões pesados, cujo tráfego é desaconselhado.
O ponto é considerado crítico por receber enxurradas da avenida Castelo Branco, que canaliza águas pluviais das áreas centrais de Umuarama até o córrego Pinhalzinho. A força das correntes escava a base do aterro e provoca sucessivos desmoronamentos.

A PR-323 é uma das principais ligações rodoviárias do noroeste paranaense e sofre com problemas estruturais antigos, agravados por falhas de drenagem em trechos urbanos.
Concessão pode encerrar histórico de falhas estruturais
A demora na obra emergencial prometida pelo DER-PR para conter a erosão na PR-323, em Umuarama, reacende o debate sobre a necessidade de soluções estruturais permanentes para a rodovia. O problema, agravado por chuvas intensas, é apenas um entre os muitos que o novo contrato de concessão promete resolver nos próximos anos.
O leilão do Lote 4 de rodovias do Paraná, realizado em 23 de outubro na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, marcou um passo importante nesse sentido. A concessão, vencida pelo Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, deve pôr fim a problemas históricos de drenagem, desmoronamentos e manutenção precária em uma das principais vias de transporte do Noroeste do estado.
O grupo venceu a disputa ao oferecer o maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio, 21,30%, e será responsável por administrar e modernizar os trechos concedidos pelos próximos 30 anos, com investimentos estimados em R$ 18 bilhões.

O Lote 4 contempla 627,5 quilômetros de rodovias federais e estaduais que passam por 33 municípios das regiões Norte, Noroeste e Oeste do Paraná. O contrato prevê intervenções capazes de reduzir significativamente os riscos de erosões e colapsos de pista, comuns na PR-323, especialmente em trechos urbanos como o de Umuarama.
Entre as obras previstas estão 239 km de duplicações, incluindo quase 160 km entre Maringá e Guaíra e 114 km entre Doutor Camargo e Umuarama, com uma nova ponte sobre o rio Ivaí, além de 157 km de faixas adicionais, 44 km de vias marginais e 49 km de acostamentos.
O projeto inclui ainda 59 km de novos contornos urbanos, em cidades como Maringá, Londrina, Nova Londrina e Itaúna do Sul, e 101 obras de arte especiais, como viadutos, interseções em desnível, pontes e passarelas, além de 50 km de ciclovias.

Com as melhorias previstas, a expectativa é de que a nova concessão proporcione soluções definitivas para os problemas estruturais da PR-323, garantindo mais segurança aos motoristas e reduzindo a necessidade de ações emergenciais, como as que têm sido recorrentes em Umuarama.
(Com imagens de Danilo Martins/OBemdito)





