Produtores de leite da região de Umuarama protestam contra crise no setor
A crise no setor leiteiro mobilizou centenas de produtores rurais às margens da PR-323, no trevo de Cafezal do Sul, nesta sexta-feira (31). A manifestação, organizada por produtores de leite da região de Pérola (PR), ocorreu de forma pacífica, das 9h às 14h, sem bloqueio da rodovia.
Cerca de 300 produtores participaram do ato, vindos de Umuarama, Pérola, Alto Piquiri, Cafezal do Sul, Altônia, Xambrê e outras cidades do Noroeste. Unidos, eles defenderam a valorização do leite nacional e protestaram contra a importação sem taxação, que agrava a crise no campo e ameaça a sobrevivência de pequenas propriedades rurais.
Atualmente, o litro do leite é vendido, em média, por R$ 2,33, enquanto o custo de produção chega a R$ 2,50. Essa diferença torna a atividade financeiramente insustentável, gerando prejuízos e desmotivando os produtores.
Além disso, a entrada de leite importado isento de tarifas dos países do Mercosul intensifica o problema. Esses produtos não pagam a Tarifa Externa Comum (TEC), o que torna a importação mais barata e aumenta a presença de leite em pó estrangeiro no mercado brasileiro.

Tarifas e leis aprovadas
Para países fora do Mercosul, o governo aplica tarifas como a TEC. Recentemente, o governo federal alterou essas alíquotas para tentar proteger o setor lácteo nacional, uma medida vista como um passo importante, embora ainda insuficiente pelos produtores.
No Paraná, o Projeto de Lei 888/2023, que foi aprovado em caráter de urgência na Assembleia Legislativa, também representa um avanço. O texto proíbe a reconstituição de leite em pó importado para venda como leite fluido e seu uso em outros laticínios, buscando impedir práticas que prejudicam a qualidade e a competitividade do produto nacional.

Reivindicações
Durante o protesto, os produtores reivindicaram a taxação do leite importado e o controle de qualidade dos produtos estrangeiros. Eles pediram também rastreabilidade para todo o leite vendido no país. Além disso, cobraram a renegociação das dívidas rurais, que afetam milhares de famílias produtoras. Os manifestantes exigiram regras sanitárias iguais para todos.
Atualmente, os produtores brasileiros seguem normas rigorosas, enquanto os produtos importados escapam de várias exigências legais e de controle.

A mobilização ocorreu de forma tranquila e organizada, com acompanhamento da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Estadual. As forças de segurança garantiram a ordem e o fluxo de veículos durante toda a manifestação.
Com o ato, os agricultores reforçaram o apelo por políticas públicas efetivas, capazes de proteger a produção nacional, assegurar preços justos e preservar o trabalho de milhares de famílias que dependem da pecuária leiteira.





