Incra inicia cadastro nacional de famílias do MST em Umuarama para reforma agrária
Ação federal busca identificar famílias em situação de vulnerabilidade e incluí-las em programa
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou o cadastramento das famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) instaladas em Umuarama. A ação, que começou no dia 7 de outubro, integra um levantamento nacional que busca identificar famílias acampadas em situação de vulnerabilidade social e incluí-las como candidatas ao Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).
Desde o último dia 5 de junho, integrantes do MST estão acampados em uma área localizada na Estrada Divisora, próxima à Vila Três Placas e à divisa com Maria Helena. O acampamento, batizado de Benedito Gomes, ocupa uma propriedade de José Cosme Dionísio Ferreira, de 53 anos, membro do movimento que cultiva mandioca e milho no local há cerca de 12 anos.
O espaço, que abriga algumas dezenas de famílias, conta com uma estrutura básica: cozinha comunitária, barracos com energia elétrica e acesso à água. A convivência é marcada pela cooperação, os acampados se organizam na montagem das moradias e no preparo coletivo das refeições.

De acordo com o INCRA, a estimativa é cadastrar cerca de 550 famílias em Umuarama. Os dados coletados, como identificação, número de integrantes e tempo de permanência, são inseridos na Plataforma de Governança Territorial, ferramenta que reúne informações sobre acampamentos em todo o país.
A ação é regulamentada pela Instrução Normativa nº 152/2025, que substituiu a IN nº 140/2023. Segundo o órgão, o cadastro não garante o direito imediato ao assentamento, mas é um passo essencial para que as famílias sejam reconhecidas formalmente e incluídas em programas sociais e de reforma agrária.
“O cadastramento tira essas famílias da invisibilidade e permite ao poder público planejar políticas específicas para o campo”, afirmou o Incra em nota.

O processo em Umuarama é conduzido pela Superintendência Regional do Incra no Paraná, com previsão de conclusão até 10 de outubro de 2025. As informações levantadas servirão para orientar futuras ações do governo federal voltadas à regularização fundiária e à inclusão social no meio rural.
Segundo a definição da IN nº 152/2025, são consideradas famílias acampadas aquelas em situação de vulnerabilidade social, organizadas em movimentos que reivindicam acesso à terra e moradia, e inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais e no cadastro do Incra.
Com a retomada do levantamento em todo o país, o órgão busca atualizar o mapa dos acampamentos e subsidiar o planejamento da política agrária brasileira, uma medida que reforça o compromisso de reduzir a concentração de terras e ampliar o acesso de famílias à propriedade rural.






