Polícia Militar Ambiental vistoriou áreas degradadas na Fazenda Jundiá (Foto PMPR)
A Operação Mata Atlântica em Pé IX identificou graves danos ambientais na Fazenda Jundiá, propriedade rural no distrito de Vila Rica do Ivaí, em Icaraíma, e lavrou seis autos de infração que somam R$ 7,5 milhões em multas.
A área vistoriada, que é a mesma onde, neste mês, foram encontrados a caminhonete Fiat Toro e, dias depois, os corpos de quatro homens desaparecidos, foi embargada pela Polícia Militar Ambiental (PMAmb), que remeteu comunicação ao Ministério Público do Estado do Paraná (PMPR) para providências.
Segundo o relatório da operação, foram constatados 278,55 hectares degradados, distribuídos em 65,86 ha de Área de Preservação Permanente (APP), 131,71 ha de Reserva Legal e 80,98 ha de vegetação nativa em estágio médio de regeneração. A PMAmb registrou pisoteio de gado em áreas de mata, compactação do solo, supressão de vegetação e o assoreamento de corpos hídricos.
Os fiscais também apontaram a presença de estruturas clandestinas na propriedade construções e esconderijos utilizados por criminosos para ocultar veículos, drogas e, segundo o relatório, até corpos.
Durante a operação, os responsáveis foram notificados a retirar o gado e a cercar as áreas de preservação; o não cumprimento pode levar à apreensão dos animais. A propriedade está arrendada, e a responsabilidade pelas medidas foi atribuída tanto ao arrendatário quanto ao proprietário.
A Polícia Militar Ambiental enfatizou que a autuação ambiental não vincula os proprietários ou arrendatários ao crime investigado pela Polícia Civil. As apurações sobre o desaparecimento e as mortes seguem em inquérito criminal separado.
A Fazenda Jundiá veio a público após as buscas que revelaram a Fiat Toro soterrada em um bunker, o veículo foi desenterrado em 12 e 13 de setembro após operação que durou mais de dez horas.
Imagens e perícia registraram danos na parte frontal, perfurações por disparos e marcas de sangue no interior e na carroceria; um boné pertencente a uma das vítimas, Diego Henrique Afonso, de 39 anos, foi apreendido junto ao veículo. A PMAmb acionou a Polícia Civil e a Criminalística para que as análises periciais prosseguissem.
Em 19 de setembro, a força-tarefa que investigava o desaparecimento localizou, em área de mata fechada nas proximidades do ponto onde a caminhonete fora enterrada, os corpos de Diego Henrique Afonso (39), Rafael Juliano Marascalchi, de 43 anos, Robishley Hirnani de Oliveira, de 53 anos e de Alencar Gonçalves de Souza, de 36 anos.
As equipes que participaram do resgate incluíram Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Científica, Força Nacional e o Instituto Médico-Legal (IML). Os corpos estavam em avançado estado de decomposição e foram encaminhados ao IML para identificação e exames.
Durante as diligências na região, as autoridades também localizaram diversos bunkers subterrâneos usados para ocultar contrabando e insumos ilícitos vindos do Paraguai, achados que reforçam a linha de investigação sobre atuação de organização criminosa ligada ao tráfico e ao contrabando.
Os principais suspeitos apontados pela investigação, Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22 anos, permanecem foragidos. Outro integrante da família, Carlos Henrique Costa Buscariollo já foi alvo de mandado de busca e apreensão em Santa Bárbara d’Oeste (SP). A Polícia Civil deve convocar coletiva para detalhar os próximos passos das investigações.
Além das multas, a PMAmb aplicou o embargo sobre os 278,55 hectares degradados e lavrou autos de infração que exigem ações de recuperação. A comunicação ao Ministério Público visa assegurar acompanhamento judicial das providências ambientais e a eventual fiscalização do cumprimento das obrigações de recomposição e cercamento.
A Fazenda Jundiá passa, assim, a ser objeto de apurações ambientais e criminais paralelas: por um lado, os autos e embargo também buscam conter e reparar os danos à vegetação e às áreas protegidas; por outro, as investigações policiais procuram elucidar as circunstâncias do desaparecimento, da ocultação do veículo e da morte dos quatro homens.
Em nota, a PMAmb reiterou que medidas administrativas não implicam, por si sós, culpa penal dos proprietários, cabendo à Polícia Civil e ao Ministério Público a definição de responsabilidades criminais. OBemdito não conseguiu contato com os proprietários ou arrendatários da propriedade rural, deixando o espaço aberto para manifestação de suas defesas.
(OBemdito com imagens da PMPR e Rede Massa)
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