Umuarama

Valdecir Miester se tornou motivo de dor de barriga para políticos

O empresário e ex-assessor parlamentar Valdecir Miester se tornou motivo de pânico e dor de barriga para políticos que negociaram com ele o repasse de recursos de emendas parlamentares ou contrataram sua empresa familiar para a prestação de serviços.

O jovem senhor de cabelos loiros voltou ao noticiário político-policial nesta terça-feira (26), com a deflagração da Operação Jaborandi, em Umuarama e em sua cidade natal, Boa Vista da Aparecida, no oeste paranaense.

Segundo a Polícia Federal, que comanda as investigações, o empresário é apontado como operador financeiro de um esquema de corrupção montado com as prefeituras das duas cidades.

O grupo burlava licitações com empreiteiras parceiras e estas superfaturavam os contratos ou entregavam obras sem a completa execução, como teria acontecido no asfalto da estrada Jaborandi, em Umuarama. O prejuízo para o município, de acordo com a PF, foi de R$ 180 mil.

Há também possíveis desvios de recursos na construção de pontes no interior do município, masa cifra não foi informada pela força de investigação.

Patrimônio milionário

Dono de um perfil discreto, Miester fez fortuna andando pelas sombras. Em poucos anos de “trabalho”, construiu um patrimônio milionário. Dinheiro que hoje ele usava para pagar bons advogados, porque está preso de forma preventiva em Brasília, desde o dia 5 de maio, a pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR), no âmbito da Operação Metástase.

Os promotores apuram desvios milionários no Fundo Municipal de Saúde de Umuarama e as digitais do empresário constam em boa parte das provas produzidas, de acordo com o próprio MP, em documentos vazados e posteriormente confirmados.

Homem da mochila

Uma das imagens mais emblemáticas da Metástase é um flagrante de Miester saindo pela porta dos fundos da Prefeitura de Umuarama com uma mochila volumosa. Para os promotores, com base em escutas telefônicas, é possível afirmar que dentro do acessório havia uma soma de R$ 100 mil em espécie, parte do pagamento de uma transação de desvios.

Detalhe: horas antes a mesma mochila entrou vazia, no ombro de Mister.

Não é difícil encontrar prefeituras em que “operador” mexeu a papelada. Com um jeito peculiar de fazer cálculos, foi recebido em vários gabinetes e em alguns deles o negócio vingou. Resta saber se foi com ou sem retorno de caixa. Daí o turbilhão de reações emocionais.

Leonardo Revesso

Graduado em Direito pela Unipar, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e especializando em Neurociência do Consumo pela ESPM. Tutor da Olívia, da Ludi e da Mila. Está no jornalismo há 27 anos (iniciou aos 15). No OBemdito escreve sobre política e consumo.

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