Brasil

Ministros do STF formam maioria e validam decretos que restringem acesso a armas no Brasil

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da manutenção dos decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que restringem o acesso a armas de fogo no Brasil. A votação ocorre no plenário virtual da Corte e tem previsão de encerramento para a noite desta terça-feira (24).

Conforme as informações divulgadas, até o momento, oito dos onze ministros votaram pela validade das normas. Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Dias Toffoli, bem como, Nunes Marques e André Mendonça votaram a favor. Isso configura maioria necessária para a confirmação da medida.

Retomada do controle

Os decretos assinados por Lula em 1º de janeiro de 2023, e também pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino — hoje integrante do STF — reverteram a política de flexibilização do acesso a armas adotada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As normas suspenderam os registros para compra e transferência de armas e munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradore, assim como, particulares (os chamados CACs). Também limitaram a quantidade de armas e munições de uso permitido que podem ser adquiridas. Além disso, interromperam a concessão de novos registros para CACs, bem como para novos clubes e escolas de tiro. Além disso, a gestão do cadastro nacional de armas passou a ser responsabilidade exclusiva da Polícia Federal.

Ação da AGU e segurança jurídica

Os ministros julgam uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), proposta pela Advocacia-Geral da União (AGU) em fevereiro de 2023. O objetivo da ação é confirmar a legalidade dos decretos diante de uma série de processos judiciais que questionavam sua validade em diferentes instâncias da Justiça.

Portanto, com a formação de maioria no STF, os decretos passam a contar com respaldo da Corte. Isso garante maior segurança jurídica para sua aplicação.

Relator fala em “desmonte” das regras anteriores

Em seu voto, o ministro relator Gilmar Mendes traçou um panorama do que considerou um verdadeiro “desmonte” do controle de armas no Brasil durante o governo Bolsonaro, entre 2018 e 2022. O magistrado destacou o crescimento acelerado do número de armas nas mãos de CACs. O montante passou de 350 mil para mais de 1 milhão em apenas quatro anos.

Para Mendes, os decretos assinados por Lula visam restabelecer um sistema de fiscalização eficiente. Em sua avaliação, as medidas “se mostram plenamente idôneas e apropriadas tendo em vista a consecução do pretendido objetivo de estabelecer nova regulamentação do Estatuto do Desarmamento que melhor permita o controle da circulação de armas de fogo no Brasil”.

Leia também: Ministro do STF suspende ações que questionem decreto que limitem CACs

(OBemdito com informações Agência Brasil)

Stephanie Gertler

Fotógrafa há mais de 16 anos, graduada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Atualmente, atua como jornalista no OBemdito.

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