Foto: Danilo Martins/OBemdito

Política

Paulo Cesar Leite, da empresa Arrabal Serviços Médicos, é preso por ‘calar a verdade’ na CPI

Vereadores encerraram os trabalhos da comissão e se dirigiram para a delegacia

Paulo Cesar Leite, da empresa Arrabal Serviços Médicos, é preso por ‘calar a verdade’ na CPI
Aline Reis
OBemdito
14 de outubro de 2021 11h33

A oitiva de Paulo Cesar Leite, representante da empresa Arrabal Serviços Médicos Eireli, na CPI da Covid na Câmara Municipal de Umuarama terminou com a prisão civil dele, que estava qualificado como testemunha no caso. A motivação da prisão foi ‘calar a verdade’ durante o depoimento.

A empresa foi contratada pelo município de Umuarama após a deflagração da operação Metástase, para a prestação de serviços de contratação de profissionais de saúde para atuarem para o município no atendimento de cidadãos acometidos pelo Covid-19.

Paulo Cesar fez o juramento dizendo que falaria a verdade, mas, segundo ele, com adendo, dizendo que se fosse tratado como investigado durante a oitiva se negaria a responder perguntas.

Houve bate-boca com os vereadores Mateus Barreto e Sorrisal Amigo do Povo porque a testemunha não respondeu alguns dos questionamentos, alegando que eram de foro particular e que ele estava na condição de testemunha, não investigado.

O atrito com Barreto ocorreu por que, segundo a testemunha, o parlamentar teria interesse econômico na gestão dos médicos contratados pela empresa para atender na tenda Covid-19. Para não responder os questionamentos feitos por Barreto, Paulo César apresentou um documento dizendo que havia parcialidade do vereador. O aceite do documento foi rejeitado em plenário, por unanimidade.

O vereador, por sua vez, pediu para que Paulo César provasse as acusações.

Paulo Cesar fala aos jornalistas na saída da Câmara:

A presidente da CPI, vereadora Ana Novais, com orientação da procuradoria jurídica e concordância da maioria dos parlamentares, pediu para que a testemunha fosse presa civilmente.

A Guarda Municipal (GM) fez o encaminhamento para a sede da 7ª Subdivisão Policial (7ª SDP), para onde os vereadores devem ir ainda hoje para prestar depoimento.

“Essa CPI é um circo. Um desperdício de dinheiro público. Essa CPI está dois anos atrasada. Esses desmandos aconteciam enquanto o senhor Mateus Barreto era vereador em 2017, 18, 19 e ele nunca fiscalizou o poder público e ele está fazendo uma espécie de tentativa de redenção”, disse Paulo César ao sair da Câmara.

A presidente da CPI disse que providências serão tomadas. “A testemunha se negou a falar a verdade, de calou em vários momentos com perguntas básicas (…) e isso prejudicou os trabalhos da CPI. Já que ele representa a empresa Arrabal, deveria dizer qual o trabalho que ele presta para empresa, qual valor ele recebe, se ele tem CNPJ ativo nesta questão, mas ele se negou. Diante disso decidimos decretar a prisão civil dele e vamos tomar as providências”, criticou.

Vereadores criticam postura da testemunha:

Liliane Arrabal Pita, proprietária da empresa, que seria ouvida nesta manhã, não foi localizada para receber a convocação. “Nós fomos diversas vezes até a residência dela e não encontramos ela, não conseguimos notificar. Mas vamos reconvocar”, disse a parlamentar.

Integram a CPI os vereadores Ana Novais (presidente), Ednei do Esporte (vice-presidente); Mateus Barreto (relator) e Cris das Frutas e Sorrisal (membros).

Metástase foi deflagrada pelo Ministério Público do Paraná e investiga desvios de mais de R$ 19 milhões na área da saúde em Umuarama. Saiba mais aqui.

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