Onça pintada está entre os animais vulneráveis à extinção no Brasil (Foto: Alessandro Vieira//AEN)
O crescente número de avistamentos de onças nas cidades tem causado preocupação entre moradores e especialistas em todo o Brasil. Nos últimos meses, diversos casos de onças-pintadas e onças-pardas transitando por áreas urbanas foram registrados, levantando questões sobre as causas desse fenômeno e suas possíveis consequências.
Um estudo recente publicado no Journal for Nature Conservation revela que as onças-pintadas têm frequentado cada vez mais áreas ocupadas pelos seres humanos. A pesquisa, que utilizou dados de GPS de mais de cem onças nas Américas, mostra que esses felinos estão se adaptando a ambientes urbanos e periurbanos.
A bióloga Vanessa Bejarano Alegre, autora principal do estudo, explica: “A expansão urbana tem prejudicado a convivência entre humanos e grandes carnívoros, resultando em mais casos de onças nas cidades.”
Os dados revelam que as onças têm uma alta preferência por áreas com cobertura vegetal natural, mas surpreendentemente, também estão utilizando estradas e áreas próximas às cidades. As onças-pintadas machos, em particular, mostram uma tendência a transitar por essas áreas durante a noite.
Milton Cezar Ribeiro, coordenador do Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC), alerta: “A presença de onças nas cidades não necessariamente indica uma adaptação positiva. Na verdade, pode aumentar os conflitos entre humanos e fauna.”
Além das onças-pintadas, a onça-parda, também conhecida como suçuarana, tem sido avistada em ambientes urbanos. Este segundo maior felino do Brasil, que pode pesar até 70 quilos, é considerado vulnerável à extinção e sofre com a expansão das cidades.
Matheus Andrade, pesquisador do Instituto de Conservação de Felinos Silvestres, explica as razões para o aumento de onças nas cidades: “A expansão urbana sobre áreas naturais fragmenta os habitats desses animais, forçando-os a se deslocar e entrar em contato com áreas habitadas.”
O desmatamento e as queimadas também contribuem significativamente para esse cenário, reduzindo o espaço disponível para as onças e outras espécies silvestres, empurrando-as para as periferias das cidades.
Para lidar com essa situação, especialistas propõem medidas que conciliem a preservação da fauna com a segurança da população urbana. Entre as sugestões estão:
O biólogo Pedro Almeida enfatiza a importância da educação: “É fundamental que os moradores das cidades saibam como agir ao encontrar uma onça na cidade ou em qualquer outro lugar. Manter a calma e contatar as autoridades ambientais é crucial.”
A longo prazo, a solução para o problema das onças nas cidades passa pela preservação dos habitats naturais próximos às áreas urbanas e pela coexistência harmoniosa entre humanos e fauna silvestre. Apenas com essas medidas será possível garantir a sobrevivência dessas espécies icônicas e a segurança das populações urbanas.
As autoridades ambientais estão trabalhando em conjunto com pesquisadores para desenvolver estratégias de manejo que minimizem os encontros entre onças e humanos nas cidades. Isso inclui o monitoramento dos animais, a criação de áreas de buffer entre zonas urbanas e habitats naturais, e a implementação de medidas para reduzir a atração de presas para áreas urbanas.
À medida que as cidades continuam a crescer, o desafio de conviver com onças e outros animais silvestres se torna cada vez mais relevante. A conscientização da população urbana e a adoção de práticas de desenvolvimento sustentável são essenciais para garantir um futuro onde onças e humanos possam coexistir nas proximidades das cidades sem conflitos.
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