Umuarama

Umuaramense conta como o esporte auxilia em seu tratamento contra o câncer de mama

O câncer de mama e o câncer do colo do útero são dois dos tipos mais comuns entre mulheres no Brasil. O movimento Outubro Rosa reforça a importância da prevenção e da detecção precoce desses tipos de câncer. A umuaramense, Amanda Josilene Batista, está passando pelo processo de tratamento contra o câncer de mama no Hospital Uopeccan e compartilhou um pouco da sua jornada com OBemdito.

Amanda, que trabalha como atendente em um posto de combustíveis, relatou que descobriu o câncer após sentir um caroço no seio direito. “Eu achei que era algo normal e que sumiria com o tempo, mas em abril, conversando com minha patroa, que é professora de enfermagem, ela fez um escândalo e me orientou a fazer uma mamografia”, conta. O exame revelou um caroço em cada seio, o que desencadeou uma série de exames e procedimentos.

Após ultrassonografias e biopsias, Amanda descobriu que tinha na verdade, quatro caroços, dois em cada seio e que três dos caroços eram benignos, mas um necessitava de investigação mais detalhada. Em junho, veio o diagnóstico definitivo: câncer de mama triplo negativo, um dos tipos mais agressivos.

“Foi terrível. Quando o médico adiantou a consulta, eu já sabia que era algo sério. Tive um sonho que me preparou psicologicamente, onde uma pessoa me dizia que Deus queria proximidade”, relata Amanda, que decidiu fortalecer sua fé durante o tratamento.

O esporte desempenhou um papel fundamental em sua recuperação, conforme Amanda explica. “Comecei a me exercitar em 2022 e, desde então, mantive uma rotina disciplinada. Tenho certeza de que isso preparou meu corpo para enfrentar a quimioterapia”, afirma.

Amanda exibe as medalhas conquistadas após o diagnóstico.

Ela já passou por 13 sessões de quimioterapia e, graças à atividade física, conseguiu amenizar os efeitos colaterais, como fadiga e inchaço, mantendo-se ativa até hoje. “Creio que os exercícios me ajudaram muito. Continuo correndo e ganhando medalhas. Se eu pudesse, arrastaria todas as mulheres que estão em tratamento para praticar exercícios”, diz.

Estudos comprovam que a prática de atividades físicas durante o tratamento oncológico é segura, melhora o estado emocional e a qualidade de vida dos pacientes. Amanda reforça essa perspectiva ao relatar que, mesmo nas fases mais intensas da quimioterapia, como quando iniciou a quimioterapia vermelha, conseguiu manter sua rotina, respeitando os limites do corpo. “Respeitei meu corpo, mas nunca deixei de treinar e trabalhar”, afirma.

A questão emocional também foi um desafio para Amanda. Ela observa que quando seu estado emocional se desequilibra, os sintomas físicos, como náuseas, se intensificam. “Percebo que quando meu emocional decai, o corpo reage. Antes do diagnóstico, meu emocional tinha um peso, hoje tem outro”, reflete.

Um dos momentos mais difíceis para Amanda foi perder os cabelos, algo que ela descreve como a “materialização da doença”. “Não é fácil ouvir que ‘cabelo cresce, o importante é focar na cura’. Perder o cabelo me fez perceber de forma concreta que estava com câncer”, lamenta.

Três dias após a primeira quimioterapia, começou a perder grande parte dos fios e decidiu raspar a cabeça. Ela aconselha que outras mulheres esperem o máximo possível antes de tomar essa decisão, para que possam lidar melhor com a mudança.

Amanda também ressalta a importância de apoio e empatia por parte das pessoas ao redor. Para ela, pequenos gestos, como oferecer comida ou tirar um tempo para conversar, podem fazer a diferença.

“Ajudar alguém que está passando por isso pode ser tão simples quanto fazer uma refeição, porque muitas vezes enjoamos da nossa própria comida, ou simplesmente conversar, sem falar sobre o que não se entende”, aconselha.

Ela destaca ainda que as pessoas devem agir com naturalidade diante de quem está em tratamento, sem tratá-las como se estivessem no fim da vida. “O que mais precisamos, às vezes, é desabafar e ser ouvidas. Isso ajuda muito”, conclui Amanda.

Quem quiser acompanhar mais de perto a jornada de Amanda pode seguir sua página no Instagram @amandabatistaworkship.

Stephanie Gertler

Fotógrafa há mais de 16 anos, graduada em Jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, em Curitiba. Atualmente, atua como jornalista no OBemdito.

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