Família do Paraná perde R$ 2 milhões tentando comprar remédio para filha com câncer
Yasmin Campos tem 11 anos e luta contra o neuroblastoma, uma espécie de câncer agressivo
A família de Yasmin Aparecida Campos, de 11 anos e moradora de Cascavel, caiu em um golpe e perdeu todo o dinheiro da compra de um medicamento para o tratamento da menina, que luta contra um câncer agressivo. O remédio, importado, prometia ajudar na cura contra a doença, porém gerou um prejuízo de R$ 2 milhões.
Yasmin sofre com neuroblastoma, uma espécie de câncer que começou no pescoço e agora está se infiltrando nos ossos. Até 2019 ela fez tratamento e chegou a remissão, porém em 2020 a doença retornou de forma agressiva, exigindo um transplante. Em 2023, os sintomas voltaram de forma mais grave e atacou os tecidos ósseos.
Luta
Com esperança no medicamento Danyziela, familiares conseguiram levantar o valor necessário enquanto lutavam na justiça para conseguir o remédio através do Estado. Em 11 de abril desta ano, a família recebeu a informação de que Estado depositou R$ 2.840.000,00 na conta da empresa importadora, que deu prazo de 30 dias para a entrega. O remédio chegou no dia 22 de maio sem o selo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“O Brasil não fornece o remédio. É internacional de uma empresa sediada na Índia. A família fez o pedido para que o Governo do Paraná pagasse essa medicação e conseguiu que, através de sequestro de valores, o pagamento da medicação”, detalha a Delegada Thais Zanatta.
Golpe
O problema se agravou quando a importadora vinculou uma terceira empresa, que não estava na decisão judicial. A Polícia Civil agora investiga para onde o dinheiro foi, já que o dono dessa empresa “desapareceu do mapa”.
A mãe do paciente procurou a Delegacia de Cascavel nesta quarta-feira (12), afirmando a empresa enviou um remédio falso. A Justiça pagou R$ 2 milhões para a compra do medicamento, listado como um dos mais caros do mundo.
A Polícia Científica também irá periciar as doses recebidas para identificar os componentes.
Leia abaixo a nota da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) sobre o caso:
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que recebeu em janeiro deste ano, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE/PR) uma ordem judicial para fornecimento do medicamento “Danyelza”, produto não disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), destinado ao tratamento de neuroblastoma.
Naquele momento o medicamento não era comercializado no Brasil, e a Sesa solicitou o prazo de seis meses para proceder a importação do medicamento. Considerando a situação de urgência declarada no processo, o juiz da causa optou por cumprimento dessa ordem judicial por meio de sequestro de valores junto ao Estado, determinando o bloqueio correspondente ao valor integral do tratamento indicado no pedido para a paciente.
Dessa forma, o Estado cumpriu a determinação judicial em abril, liberando R$ 2,4 milhões. Após essa liberação de valores, coube a família da paciente e/ou seu representante, acompanharem a aquisição do medicamento e prestar contas no processo judicial. O Estado tomou conhecimento de novos desdobramentos sobre este caso quando a PGE foi notificada para participar de uma audiência onde a família denunciou a não entrega do medicamento por parte do fornecedor contratado. Vale ressaltar que este fornecedor não possui qualquer relação com a Sesa, e que o caso está sendo investigado pelos órgãos competentes.
(Com informações Catve)