Acreditem: No passado já distante, as ruas e avenidas de Umuarama não tinham nomes e…

Há certos detalhes na História de nossa Umuarama – e não são poucos… – que merecem ser recordados, em especial para os nossos antigões precursores que participaram da construção de nossa urbe e, principalmente, para as novas gerações que nem imaginam como era a hoje gigante Capita da Amizade nos seus primeiros tempos!

Então vamos lá para estas lembranças que quero deixar gravadas para a posteridade… Imaginem um visitante chegando a uma cidade com ruas e avenidas sem nomes e sem placas de numeração nas casas. Ou um carteiro ou um entregador de mercadorias tentando descobrir o endereço de algum cliente em tal situação… Nos dias atuais isso é incrivelmente inacreditável! Parece até uma mentira ou uma piadinha de boteco…

Pois Umuarama era assim no período da colonização, logo depois do desmatamento da selva e da abertura do território dividido em lotes para os futuros moradores. Na maior parte ainda não existiam moradias, pois as primeiras foram sendo construídas numa área mais central do imenso descampado escolhido para ‘plantar’ uma grande povoação.

Até 1963 as vias públicas abertas seguindo o projeto urbano não tinham denominação oficial, pois até então o município ainda não existia de fato – era apenas um pequeno distrito da vizinha Cruzeiro do Oeste. E não havia como ‘batizá-las’ por lei porque a pequena Umuarama de então ainda não tinha nem Poder Executivo e nem Poder Legislativo, que são os que possuem esse privilégio legal.

Isso só ocorreu a partir de novembro daquele ano, quando a recém instalada Câmara de Vereadores aprovou lei do primeiro prefeito, Hênio Romagnolli, e as avenidas e ruas passaram a ter nomes oficializados e, em seguida, foi autorizada a colocação de placas com os respectivos nomes das vias e a numeração das casas do perímetro urbano. Ou seja, depois de oito anos de fundação, Umuarama dava sinais de ‘modernização’…

Mas antes disso dois espaços foram ‘batizados’ independentemente…

Outro detalhe extremamente curioso nessa história é que dois espaços públicos de suma importância urbana foram ‘batizados’ e seus nomes foram simpaticamente aceitos pela população pioneira: a Praça Arthur Thomaz e a Avenida Paraná! Ou seja, o primeiro ponto de encontro bem ao gosto do slogan de “lugar onde os amigos se reúnem”; e a principal via pública que até hoje reina absoluta no mapa da cidade como a mais nobre, cara e movimentada de nossa Umuarama!

A iniciativa dessas nominações partiu dos primeiros diretores da colonizadora Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Isso aconteceu antes mesmo delas existirem, pois eles se basearam nos traços do projeto urbano que mostrava o ‘coração’ da futura cidade e esses dois espaços já eram imaginados como os mais importantes para a vida social, comercial e da circulação de seus moradores e seus veículos. A praça homenageava o ícone da colonização paranaense e fundador de várias metrópoles; e a segunda celebrava a grandeza do Estado que era o Rei do Café do Brasil!

E tanto a praça como a avenida foram as primeiras a serem oficializadas pelos poderes públicos, afinal, tanto vereadores como o prefeito aceitaram que a população umuaramense da época havia aprovado essas nominações.

E os nomes das outras avenidas e praças?

Como Umuarama estava em fase de pós-fundação e começo da colonização, não havia nomes ilustres da própria comunidade para serem homenageados… E, como podem observar até nos mapas atuais, as primeiras vias próximas à praça e nas laterais da avenida principal foram ‘batizadas’ com nomes de outras cidades paranaenses – como Avenida Maringá, Avenida Londrina, Avenida Rolândia, Rua Arapongas, Dr. Camargo, Rua Marialva, Rua Sarandi, Rua Jandaia, Rua Mandaguari, Rua Cambé e… na sequência nomes de outros Estados e de personalidades históricas nacionais. Também merece destaque que uma das primeiras e principais vias do centro recebeu o nome de Avenida Brasil!

E conforme o tempo foi passando as nominações foram aumentando… Até que chegou o momento de lembrar dos nomes de desbravadores deste território para a fundação de Umuarama, que nas décadas seguintes foram ganhando homenagens – merecidamente! – eternizando seus nomes em importantes vias públicas e praças.

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