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Multidões esperavam horas para participar da emocionante Missa do Galo

A primeira Igreja São Francisco de Assis foi construída em Umuarama um ano depois da fundação da cidade, 1956. Ela começou a funcionar antes mesmo de estar concluída a construção. As duas torres metálicas no alto na frente foram as últimas a ficar prontas. Logo abaixo, havia duas janelinhas redondas onde estavam instalados alto-falantes.

Ela era pequena, toda de madeira de peroba. O altar tinha um espaço bem calculado e facilitava os padres na celebração das missas. Acomodava no máximo 600 pessoas sentadas. Mas a comunidade católica era imensa.

Portanto, aqueles que desejavam participar das missas sentados próximo ao altar tinham que chegar bem cedo para conquistar um lugar privilegiado. Os demais ficavam ao redor do templo, numa grande área de chão de terra. O privilégio era dedicado aos idosos e a crianças pequenas, que podiam entrar e se acomodar numa área já reservada para eles.

No alto e na frente havia alto-falantes, que funcionavam com um motor a diesel instalado atrás da igreja, coberto numa caixa de metal para o barulho não atrapalhar as missas. Através deles eram transmitidas para fora as orações e mensagens dos padres e os cânticos do coral. Ninguém reclamava, porque dava para ouvir tudo perfeitamente.

MISSA DO GALO ATRAÍA MILHARES DE CATÓLICOS

Já que estamos em clima de Natal, vou relembrar um evento especialíssimo. Era a Missa do Galo, como é chamada a Santa Missa de Natal, que começava precisamente à meia-noite.

A Missa do Galo era digna de se emocionar. Havia um coral que cantava hinos belíssimos, se não me engano eram gregorianos, convidando a uma reflexão de busca de Deus nas alturas e enaltecendo a Virgem Maria e seu filho Jesus Cristo. Além dos cânticos, o aroma da fumaça do incenso perfumado encantava a todos.

Ao fim da tradicional Missa do Galo, já perto da 1 hora da madrugada, se formavam imensas filas. E os padres franciscanos abençoavam a todos, um a um, com rápidas mensagens de fé. Primeiro os católicos que estavam no interior da igreja.

Depois os freis saíam lá fora, organizando filas em todas as direções e todo mundo saía feliz e alguns com lágrimas emocionadas pingando dos olhos. Famílias partiam de volta para os seus lares de mãos dadas, muitas cantando hinos louvando a Deus e a Jesus.

Muita gente enfrentava ventos levantando poeira das ruas e avenidas ao redor da igreja, pois naquele tempo ainda nem se pensava em asfalto. Mas quem vivia em Umuarama já estava “acostumado” com a situação e todos encaravam o cenário da realidade cruel de um período do passado da História da Capital da Amizade!

Ítalo Fábio Casciola

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