Professor da UEM fala sobre o trabalho de gerenciamento de resíduos sólidos

Nesta Semana Nacional do Meio Ambiente, o portal OBemdito traz uma série de entrevistas destacando o trabalho de pesquisadores e educadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que atuam em Umuarama na área ambiental. Todos os dias, apresentaremos uma nova entrevista, proporcionando uma visão aprofundada dos desafios e oportunidades na conservação e sustentabilidade.

O objetivo é explorar tópicos variados desde pesquisas inovadoras até o papel da tecnologia na preservação do meio ambiente. Juntos, celebraremos a Semana Nacional do Meio Ambiente e a importância da ação coletiva para um futuro mais verde.

A UEM é uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Seus egressos têm se destacado significativamente na área ambiental. A universidade está atualmente com vagas disponíveis para aqueles que tenham concluído o ensino médio.

As inscrições para essas vagas ocorrerão nos dias 17 e 18 de julho e todos interessados podem entrar em contato através do WhatsApp (44) 98844-1609 para mais informações. Também está disponível um perfil no Instagram (@dam_uem) onde são postados vários assuntos pertinentes a área ambiental.

Além disso, na UEM, os estudantes têm a oportunidade de concorrer a bolsas de estudo, tornando-se elegíveis para uma remuneração enquanto se dedicam aos estudos. Essa é uma excelente chance para todos aqueles que desejam adquirir conhecimento e contribuir para um futuro mais sustentável.

Engenheiro Ambiental e Tecnólogo em Meio Ambiente

O nosso entrevistado de hoje é o professor Felippe Martins Damaceno, do Departamento de Meio Ambiente da Universidade Estadual de Maringá, no Campus de Umuarama. O professor Felippe é Graduado em Engenharia Ambiental, Mestre e Doutor em Engenharia Agrícola, na área de Saneamento Ambiental com ênfase em tecnologias de tratamento e valorização de resíduos sólidos.

OBemdito: Obrigado por dedicar seu tempo para esta entrevista, professor. Hoje vamos conversar um pouco sobre uma das áreas de atuação do Engenheiro Ambiental e/ou Tecnólogo em Meio Ambiente, vamos falar sobre Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Professor, o que são resíduos sólidos?

Professor: Eu que agradeço o espaço. É um grande prazer falar sobre temas como este. Todo material sólido que não é mais útil para quem o gerou, é chamado de resíduo sólido e eles podem ser gerados em nossas casas, no comércio, nas indústrias, nas atividades agropecuárias, nos centros de saúde, nos portos, aeroportos, entre outros.

OBemdito: Professor, e qual é a importância desses profissionais da área ambiental atuando com os resíduos?

Professor: Os Engenheiros Ambientais e/ou Tecnólogos em Meio Ambiente que trabalham com resíduos sólidos, seja nos munícipios ou em empresas, terão a importante função de buscar soluções que promovam a redução da geração, a reciclagem do que for viável, o tratamento e a disposição final desses materiais em aterros apropriados. Essas ações são imprescindíveis para minimizar impactos negativos que os resíduos podem causar ao meio ambiente.

OBemdito: Interessante, professor. Agora, poderia falar um pouco mais sobre esses impactos causados quando os resíduos sólidos não recebem os cuidados corretos?

Professor: No Brasil, em média, a geração per capta de resíduos sólidos é de 1 kg. Considerando que a população brasileira atual ultrapassa de 210 milhões de habitantes, teríamos mais de 210 mil toneladas dos mais diversos tipos de resíduos sólidos sendo gerados diariamente.

De modo geral, diante da grande quantidade e diversidade desses resíduos, os impactos negativos estão associados à emissão de gases poluentes, contaminação de solo e águas superficiais e subterrâneas, assoreamentos de rios e lagos, poluição visual, além de representarem um problema de saúde pública, uma vez que podem ainda atrair vetores que transmitem doenças como mosquitos, ratos, baratas, entre outros.

Diante disso, se reforça a importância de profissionais capacitados para atuarem na área ambiental, especialmente com resíduos sólidos.

OBemdito: Realmente, com essas informações fica muito evidente a importância dos profissionais da área ambiental para evitar esses impactos. Mas e a população, pode contribuir de alguma maneira para a questão dos resíduos sólidos nos municípios?

Professor:  Sim, certamente. Evitar a geração deve ser o foco, afinal, resíduo que não é gerado, não precisará ser gerenciado. Evitar produtos com excesso de embalagens e o consumo consciente, por exemplo, auxiliam nesta questão de não geração de resíduos. A correta separação dos resíduos sólidos domiciliares em orgânicos e recicláveis (papel, vidro, metais e plástico) também é muito importante.

Entregar esses materiais corretamente separados aos caminhões coletores do município incentiva cadeias produtivas da reciclagem, além de promover a ampliação da vida útil dos aterros sanitários dos municípios. Em nossas residências, também podemos gerar resíduos especiais como lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias, produtos eletrônicos inservíveis, por exemplo, que devem passar pela logística reversa.

OBemdito: E o seria exatamente essa logística reversa?

Professor: A logística reversa é instrumento de desenvolvimento econômico e social que objetiva viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos específicos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Assim, esses resíduos especiais são entregues pelos consumidores em pontos de coletas específicos para retornarem aos fornecedores e/ou fabricantes.

OBemdito: Professor, qual seria o grande desafio atual envolvendo os resíduos sólidos?

Professor: Os desafios são inúmeros, mas eu diria que fazer com que os mecanismos da chamada economia circular sejam aplicados na gestão dos resíduos sólidos seja um ponto importante.

O princípio da economia circular consiste em oferecer uma segunda chance para o resíduo, isto é, olhar para ele não mais como um problema, mas sim como potencial insumo/matéria-prima dentro da cadeia produtiva que o gerou ou em outras cadeias produtivas. Isso envolve o desenvolvimento de políticas públicas efetivas, um maior incentivo à reciclagem, reaproveitamento e compostagem, o desenvolvimento de formas de aproveitamento energético desses materiais, o encerramento de lixões e demais áreas de disposição final irregulares, enfim, o desafio da valorização dos resíduos sólidos.

OBemdito: E no município de Umuarama, existe alguma iniciativa relacionada com esses aspectos da economia circular?

Professor: No município de Umuarama, por exemplo, temos o Programa “Lixo que Vale” que vai de encontro com os princípios da economia circular e gestão integrada de resíduos sólidos. De modo resumido, este Programa envolve a população na preservação do meio ambiente e no acesso a alimentos de qualidade, além de garantir mercado para os agricultores familiares, pois resíduos podem ser trocados por uma moeda verde que permite a troca por alimentos.

OBemdito: Muito obrigado por sua visão e seu trabalho, professor. Como último ponto, deixo a palavra aberta para você.

Professor: Nós do Departamento de Meio Ambiente (DAM) da UEM estaremos sempre à disposição da sociedade. Falamos bastante sobre a importância de profissionais da área ambiental capacitados para atuarem na gestão de resíduos sólidos, e aqui em Umuarama, a UEM possui os cursos de Engenharia Ambiental e Tecnologia em Meio Ambiente que justamente formam esses profissionais.

Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias do OBemdito em primeira mão.