FOTO: Danilo Martins/ OBemdito

Umuarama

Pandemia aumenta demanda por cilindros de oxigênio nas unidades de saúde

Antes da pandemia a empresa em que Márcio Jorge Melo trabalha entregava em média 18 cilindros por semana. Depois foram entregues até 90 por dia

FOTO: Danilo Martins/ OBemdito
Pandemia aumenta demanda por cilindros de oxigênio nas unidades de saúde
Marta Paula
OBemdito
4 de julho de 2021 14h36

A pandemia do novo coronavírus trouxe o aumento na demanda por cilindros de oxigênio. O item passou a ser essencial para salvar a vida de muitas pessoas e houve risco de desabastecimento do mercado em alguns momentos mais críticos.

Márcio Jorge Melo é motorista e vendedor de oxigênio para Umuarama e região e vivenciou o trauma de muitos profissionais de saúde que lutam diariamente na batalha contra o coronavírus. “Nesse último ano nosso trabalho triplicou e tem sido muito corrido. Olha, posso dizer para você, foi bem ‘pauleira’. Não tinha dia e noite, sempre havia um lugar ou outro precisando do produto”, disse.

Aqui em Umuarama a luta foi grande para que as unidades de saúde, ambulatório de síndromes gripais (Tenda) e hospitais não ficassem sem o produto. Conforme o vendedor, houve momentos de muito sufoco, pois muitas pessoas só conseguiam respirar com a ajuda de oxigênio. “Na empresa em que eu trabalho não houve falta de oxigênio. Tivemos dificuldades para encontrar cilindros para o abastecimento. A demanda foi muito elevada”, explicou.

A procura foi exorbitante. “Antes da pandemia nós entregávamos aqui em Umuarama e região em média 18 cilindros por semana. Em dias de pico da doença chegamos a entregar até 90 cilindros de oxigênio por dia”, destacou o profissional.

No dia em que Márcio conversou com a reportagem de OBemdito estava um pouco mais aliviado. “Nós não paramos, mas no último fim de semana eu e meus colegas conseguimos um descanso. Fazia meses que não parávamos nem aos domingos. Foi um final de semana bem tranquilo e não houve a necessidade de abastecer nenhuma unidade de saúde”, contou.

O caminhão que Márcio dirige está sempre carregado com os cilindros que levam esperança e o ar da vida para muitas pessoas. “Foi assustador ver tanta gente precisando, ver gente falecendo por falta de leito. No começo foi muito difícil estar cara a cara com essa triste realidade. Isso tudo nos trouxe uma lição e grande experiência para vida”, enfatizou.

Hoje a situação está mais calma, mas isso não quer dizer que podemos relaxar com as medidas de proteção e prevenção a covid-19. “Após um ano nesta semana vimos a situação meio que ‘normal’. A procura por oxigênio já está praticamente normalizada, mas lembro que não podemos deixar de usar máscara, álcool em gel e nos cuidar”, disse Márcio, que finalizou afirmando: “Eu me assustei ao vivenciar uma situação dessa. Nem nos piores sonhos imaginei viver algo tão terrível como vimos nesta pandemia da covid-19”.

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