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Aline Reis Publisher do OBemdito

Seu Darico e Dona Lourdes: desbravadores que chegaram à Umuarama e formaram uma grande família

Neste aniversário de Umuarama, Seu Darico e Dona Lourdes contam como a cidade floresceu e se tornou polo do Noroeste

Foto: Danilo Martins/OBemdito
Foto: Danilo Martins/OBemdito
Seu Darico e Dona Lourdes: desbravadores que chegaram à Umuarama e formaram uma grande família
Aline Reis - OBemdito
Publicado em 26 de junho de 2021 às 14h20 - Modificado em 26 de junho de 2021 às 17h25
Gastro Umuarama

Na década de 60, Darico Carvalho, hoje com 83 anos e a esposa Maria de Lourdes Carvalho, de 77 anos chegaram à Umuarama com dois filhos. O casal, que completou recentemente 58 anos de matrimônio, passou a vida ajudando a construir a Capital da Amizade.

Eles se conheceram ainda na infância, as famílias tinham propriedades rurais vizinhas. Dona Lourdes, como é chamada, desde pequena ia para a roça de café com o pai. O mesmo acontecia na propriedade vizinha com seu Darico.

Na adolescência – quando seu Darico já era um rapaz – dona Lourdes começou a se interessar pelo vizinho. Eles começaram a namorar depois de uma dança no casamento da irmã dela e dois anos e meio depois casaram.

“Não casamos, não!”, objetiva dona Lourdes, aos risos. “Ele [o pai de dona Lourdes] marcava o casamento para março, aí chegava março e não tinha casamento. Estava demorando muito, aí eu fui buscar ela e levei para casa”, conta seu Darico.

A foto do casal à época do casamento | Foto: Danilo Martins

O destino da fuga foi a casa dos pais de seu Darico e trouxe o jovem casal à Capital da Amizade. De começo, foi difícil seu Darico arrumar emprego, mas dois meses após a chegada, enfim, estava trabalhando em uma fábrica de algodão.

Eram dez quilômetros de distância do trabalho até a residência na avenida Rio Grande do Norte feitos a pé todos os dias. Para manter a família que aumentava – são sete filhos – seu Darico também trabalhou com colheita de café em toda região.

Ele e a esposa construíram com as próprias mãos a casa onde residem e apesar de vida sofrida jamais deixaram de frequentar e participar ativamente nas atividades da paróquia São José Operário.

Na sala de casa, o casal relembra a chegada à Umuarama | Foto: Danilo Martins

A única coisa que os afastou das atividades presenciais foi a pandemia – embora os dois já tenham recebido as doses da vacina contra o coronavírus, preferem manter os cuidados para evitar o contágio pela doença.

Enquanto isso acompanham tudo pela TV. Missas, terços e, claro, os jogos do Santos.

UM CAVALHEIRO

Não à toa dona Lourdes se apaixonou. Seu Darico – que mantém os cabelos penteados para trás e um belo sorriso – também é um homem dedicado a cuidar da família.

Nos tempos em que ainda carecia de infraestrutura, Umuarama tinha falta de iluminação mesmo nas regiões mais centrais, o que fazia seu Darico sair de casa perto das 22h todos dias – mesmo chovendo ou com tempo frio, depois de um longo dia de trabalho, para buscar a filha na escola.

“Às vezes eu pedia para o meu filho ou já estava dormindo e ela [dona Lourdes] me acordava. Mas eu ia sem problema, não achava seguro deixar minha filha voltar sozinha”, diz.

A MAIS QUERIDA

Dona Lourdes, por sua vez, é um poço de positividade. No sofá ela monstra dezenas de peças feitas à mão: são tapetes, colchas e trabalhos diversos feitos não para ela, mas para família.

Para sobrinha, para neta, para filha. Dona Lourdes, enquanto o marido trabalhava fora, sempre foi o esteio da família, cuidando dos filhos, da casa e também do marido, que por conta dos trabalhos pesados muitas vezes chegava exausto em casa.

Companheirismo e amor marcam a relação de seu Darico e dona Lourdes | Foto: Danilo Martins/OBemdito

INFRAESTRUTURA

Grande parte da pavimentação no centro de Umuarama foi feita pelas mãos de seu Darico. Em 1971 ele foi trabalhar no setor de obras da Prefeitura, primeiro fazendo a tubulação.

À época não havia maquinário para auxiliar os operários e tudo isso era feito de forma manual. “Algumas vezes ela precisava passar salmoura no meu obro, era um trabalho muito duro”, recorda.

Enquanto trabalhava seu Darico também entalhava o próprio nome na história de Umuarama, que cresceu e envelheceu bem – como ele.

A vitalidade do casal se dá pela rotina. “Pode vir aqui que sete horas da manhã tem café”, desafia seu Darico.

“E não dormimos cedo, não. Eu gosto de assistir TV”, complementa dona Lourdes.

Ambos aposentados, hoje a casa está menos movimentada que no passado, apenas um filho mora com eles. Mas a (grande) família Carvalho tem gerações e gerações que atuam nos mais diversos ramos em Umuarama e ajudam a construir a próspera história da Capital da Amizade.

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